A crise provocada pela pandemia provocou vertiginosa queda de receitas
Por Américo Teixeira Junior

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E a Fórmula 1 conseguiu realizar a temporada 2020. Mesmo com um calendário reduzido e casos de Covid-19 no interior de sua bolha, a categoria driblou dificuldades fundamentais quando era lícito supor, no primeiro semestre, que nem campeonato haveria. Mas os méritos acumulados não foram o bastante para suplantar a cruel realidade de um ano tão calamitoso em razão da pandemia: prejuízo financeiro para o Liberty Media e ganhos migalhados para as equipes.
No ano passado, as dez equipes do grid receberam US$ 1,005 bilhão da Formula One Management (FOM), entre premiação e bônus. Vale lembrar, entretanto, que tais valores se originaram de uma temporada com 21 corridas, autódromos e circuitos de rua plenos de público, receitas crescentes na venda de camarotes e áreas de hospitalidade, além de patrocínios globais e os direitos de transmissão.
Ocorre que, neste ano, a ponta da faca esteve o tempo todo voltada para a cabeça dos homens da FOM. Não existe ainda, pelo menos publicamente, um número que ilustre as perdas da temporada, contudo, a bilionária receita deixou de existir.
Mas na outra ponta, as 17 corridas aconteceram mesmo assim. Isso significou dizer que alguém teve de pagar a conta, apunhalando o equilíbrio entre despesa e receita.
Terminada a temporada, chegou a hora de entender o tamanho do problema. Por certo, os números são assustadores, se comparados com os do passado recente, e derrubarão o que conhecemos até agora como premiação para as equipes. O impacto é imprevisível.
Como as perspectivas para 2021 não são otimistas, há de se perguntar se o Liberty Media suportará outro ano catastrófico para os negócios como foi 2020.
Capa/Destaque: Lewis Hamilton no encerramento do GP da Abu Dhabi – Foto LAT Images (Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 13.12.2020)