
Por Américo Teixeira Junior – Acho que vou repetir uma história que já contei. Não sei se foi na Racing, na Motorsport Brasil, aqui no Diário Motorsport ou no meu e-Book “Os campeões e eu” (Já comprou? Não! Então, clique AQUI). Só acho que já contei e, em sendo assim, vou contar novamente.
Charles Marzanasco, que era assessor do Ayrton Senna, contou-me uma vez que o tricampeão nunca, jamais, em tempo algum dizia que “o carro está perfeito”, mesmo que estivesse. Sempre, SEMMMMPRE havia algo a melhorar. Isso nem deixava a equipe acomodada e nem o piloto transferia para si o ônus de algum resultado que não fosse a pole e a vitória.
“Ué, você não falou que o carro estava perfeito? Então, não ganhou por que?”, essas são as perguntas que devem ser feitas para todos os pilotos que dizem que seus carros estão perfeitos e não vencem. Não é mesmo? Bom, isso era nos tempos do Ayrton, mas continua tendo pertinência, principalmente para uma geração que precisa mostrar resultados.
Trazendo essa ótica para o século 21, mais precisamente para a floresta belga de Spa-Francorchamps, Felipe Nasr mostrou otimismo na sexta-feira: “No geral, estou satisfeito com o que vi. Temos muito trabalho pela frente, mas dá para colocar o top-10 como objetivo ou pelo menos ficar próximo disso. Nosso carro parece mais competitivo, o motor está melhor e dá para brigarmos por alguns pontos”. No sábado, após o Qualifying, o papo foi outro: “Foi uma classificação decepcionante para mim. Estou surpreso por não ter conseguido avançar para o Q2, o que era possível hoje”, disse o piloto sobre o desempenho do Sauber C34 Ferrari #12.
Resumindo: embora esteja fazendo uma temporada competente e consistente, o garoto de 23 anos recém-completados comete um erro de avaliação. Talvez motivado pelo entusiasmo próprio da juventude ou mesmo por perceber que sua condição competitiva é maior do que a inicialmente prevista, o filho de Samir e Eliane Nasr acaba criando expectativa desnecessariamente. O caminho correto para um novato é ser modesto na projeção do que pode ser feito para poder se fartar na comemoração dos resultados positivos – que não faltam nos caminhos de Luiz Felipe de Oliveira Nasr na Fórmula 1.

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Américo, essa “briga” entre equipe e piloto, com o passar do tempo, vai criando uma barreira difícil de ser quebrada.
O piloto reclama do carro e a equipe reclama dos erros do piloto.
Concordo com relação à criar expectativas desnecessárias, mas isso envolve TV, patrocinadores, assessores, etc…
Se você escutar o grid todo depois da sexta-feira, 90% terá o mesmo discurso. Robótico e previsível.
Parabéns pelo blog!