Pontuação na Áustria foi obtida de forma robusta, mas é exagero imaginar que essa será a rotina a partir de agora

Por Americo Teixeira Junior

Gabriel Bortoleto concluiu o GP da Áustria em 8º lugar e marcou seus primeiros quatro pontos. No 11º GP do qual tomou parte, estreante que é, deixou de ser o único titular até então zerado no campeonato. Para além do fato de figurar nas estatísticas como o 21º brasileiro a pontuar na Fórmula 1, é provável que tenha caído um peso grande de suas costas e sobrado satisfação, afinal, os pontos não foram obra do acaso ou – para quem acredita – sorte.

Somaram-se fatores positivos, dentre os quais se destacam o amadurecimento do piloto e mudanças que inverteram a curva descendente do time. O grande momento do final de semana para Bortoleto foi passar para o Q3 e alinhar no grid em 8º. A partir disso, o que aconteceu foi consequência direta dessa conquista. Na corrida, concluiu na mesma posição, apesar de alguns sustos.

Na largada, saiu da pista na curva 1 e quase pegou as rebarbas do atropelamento de Kimi Antonelli sobre Max Verstappen, ainda na primeira volta. Ainda assim, fechou a primeira volta em P8 e lá se manteve, pois jamais colocaria tudo a perder numa eventual tentativa de ultrapassar Fernando Alonso na volta final. Enfim, teve muito o que festejar sob o calor austríaco.

Isso não significa dizer, obviamente, que a zona de pontos passou a ser a morada definitiva da Sauber. É provável que outros mais se somem na sequência do calendário, mas no curso normal da carreira, não necessariamente na intensidade dos anseios da torcida e imprensa. Independentemente do que aconteça a partir de agora, é bem possível que o “Bojador” tenha ficado para trás.

Na terra do inesquecível Niki Lauda, Gabriel Bortoleto estreou como pontuador ao volante do Sauber C45 Ferrari #5 (Red Bull Ring, Zeltweg, Áustria, 29.06.2025)
Foto Sauber Group/Steven Tee/LAT Images