Técnica e desportivamente, é injustificável uma prova de F1 nas ruas de Monte Carlo
Por Americo Teixeira Jr.
Não existe tradição que garanta a presença de um circuito no calendário do automobilismo de alta performance. Isso só acontece se aliada às conveniências econômicas e políticas do momento. Mas se tradição nada “apita”, é “estrondoso o barulho” que cifras provocam e justificam corridas em locais “recém-chegados” como o Oriente Médio, por exemplo (Pelo menos é o Oriente Médio margeado pelo Golfo Pérsico; só faltava correr nas cercanias do Mar Mediterrâneo, do Estado Genocida de Israel, que dizima o Estado Palestino).
Mas, voltando a falar de automobilismo, até para ganhar dinheiro há limites que, no caso do GP de Mônaco, já foram ruidosamente ultrapassados.
Ao longo de décadas, ainda que nem sempre na velocidade desejada e necessária, os mantenedores das pistas de corrida tentam acompanhar, em estrutura e segurança, a constante evolução tecnológica dos carros de F1, principalmente. É uma luta inglória. Se mesmo os reinos petrolíferos, dotados de modernos complexos automobilísticos, trabalham nesse sentido, o que dizer das antigas e quase centenárias pistas?
A prova do domingo, 25, reafirmou o quão desportivamente desassistido é o elegante GP. Mas é bobagem discutir a etapa monegasca nessa esfera. Não é corrida, mas sim um desfile. E enquanto esse desfile for rentável para as partes envolvidas, o último domingo de maio estará reservado, no calendário da Fórmula 1, ao mais tecnológico e caro desfile do mundo.
Foto Sam Bagnall/Sutton Images