A carreira do filho de Wilson Fittipaldi Junior registra passagens no kart, Fórmula Ford, Fórmula 3, Fórmula 3000, Fórmula 1, CART/Indy, NASCAR CUP, Stock Car, A1GP, ALMS, Le Mans e IMSA, entre outras mais
Por Américo Teixeira Junior – Fotos José Mário Dias

O Cadillac DPI #5 foi o segundo carro a se dirigir aos pits, exatamente às 11:04 da manhã chuvosa no Daytona International Speedway, logo após a 14º bandeira amarela da 2019 Rolex 24 at Daytona, no último domingo. Nessa parada, no complemento da 541ª volta, houve a troca de pilotos, saindo Christian Fittipaldi e entrando o português João Barbosa. Mais do que uma situação rotineira numa prova de Endurance, o gesto simbolizou não apenas o fechamento de um stint, mas o encerramento da carreira de Christian Fittipaldi como piloto.
Foi mais um momento marcante para o brasileiro, que chorou bastante em Daytona no fim de semana que passou. Não era para menos, afinal, haja estrutura emocional para encarar a última corrida de uma carreira que quase se confunde com seus 48 anos de vida. Desde o kart, foram praticamente 40 anos atrás de um volante. Mas apesar das lágrimas, não é toda hora que se vê um piloto concluir um ciclo e deixa atrás de si uma trilha tão vitoriosa.
Desde antes de aparecer num comercial de TV dizendo “eu recomendo”, até os dias atuais, nos quais sua filha Manuela tem quase a mesma idade de quando ele começou no kart, foi angariando um outro patrimônio, especificamente um que não vende na padaria e nem na Internet: Respeito.
Não passou tanto tempo assim para que ele se tornasse o dono de seus próprios passos, colhendo bons frutos e transformando “limão em limonada”, quando foi o caso – às vezes, “sem açúcar”, foi só limão mesmo. Nesse sentido, não deve ter sido fácil para um garoto, que nasceu respirando Fórmula 1 em casa e fez da categoria um objetivo de vida, virar as costas para a Europa e enfrentar o desafio da América, a partir de 1995.
Foi, viu e venceu. No embalo, pluralizou a carreira com categorias das mais diversas, até fazer da IMSA a derradeira parada como piloto. Ao mesmo tempo em que faturou vitórias e títulos importantes, ampliou o perfil empreendedor. Agora, entre outras coisas, será diretor esportivo da Action Express Racing, posição que já acumulava com a de piloto nos últimos tempos. No âmbito privado, criou uma família linda e é a maturidade em pessoa.
Assim, o piloto pode ter parado (embora não coloque minha mão no fogo por isso), mas o profissional do automobilismo continua com toda a força. Por essas e outras, “eu recomendo” ficar de olho, pois vem muita coisa ainda by Christian Fittipaldi.
