Michael Schumacher (foto by Mercedes GP), por tudo que construiu, tem o direito de fazer o que quiser da vida dele, inclusive se arrebentar numa moto ou passar por vexames ao volante do Mercedes de F1. Dono de seu próprio nariz e não dependendo de ninguém para pagar suas contas, tem de fazer o que está realmente a fim. Gostem ou não gostem do rumo que tomou a sua carreira após suspender a aposentaria e retornar à F1 em 2010, Schumacher tem essa autoridade.
Acontece que, mesmo para alguém como ele que não precisa provar mais nada a ninguém, sua nova fase na categoria é humilhante e só tem servido para, de certo modo, desconstruir uma espécie de “castelo de ilusões” que se formou ao seu redor. Que o alemão é um dos melhores pilotos de todos os tempos do automobilismo mundial, realmente, nem os seus mais frontais desafetos têm ousadia de negar. Entretanto, não podemos ignorar que muitos dos seus números superlativos foram circunstanciais.
O campeão de 1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004 foi um “monstro” em seu ofício, um mestre por excelência. Fazer parte da geração que pôde vê-lo de perto se constituiu um enorme privilégio. Mas a opção preferencial da Ferrari em fazê-lo vencer, numa época em que praticamente só a equipe italiana tinha condições para tal, inflou suas estatísticas.
Agora, enquanto vai emagrecendo seus percentuais, ele deve estar fazendo uma avaliação de tudo isso. Se está curtindo, às favas os críticos. Mas se estiver perdendo noites de sono e deixando o ambiente em casa mais sisudo, talvez tenha chegado a hora de rever seus conceitos e salvar o que ainda lhe resta de sua aura de “imortal”.
Belo artigo. Mas pela fama de vencer a qualquer preço do Schumacher, acho que a casa dele deve estar com um clima bem sisudo.
Seria muito interessante um artigo comparando o Rubinho e o Schumacher na temporada atual, com base na história dos dois pilotos mais experientes da F1. Principalmente, pela disputa direta que os dois tem passado dentro da pista.
Abraços