Seja na IndyCar ou no Endurance, o brasileiro é uma espécie de patrimônio da equipe e permanecerá ao lado de Roger Penske
Por Américo Teixeira Junior

Helio Castroneves ficará na Penske em 2018 e, a partir disso, enquanto quiser. Patrimônio da equipe, o brasileiro tem uma relação tão próxima de Roger Penske que a parceria ultrapassa as meras fronteiras estabelecidas pelo esporte e vai além, passando por negócios conjuntos fora do automobilismo e chegando ao campo pessoal.
Roger Penske é um homem meticuloso, inteligentíssimo e com uma capacidade enorme de enxergar longe. Também tem o dom de escolher de forma certeira quem o certa. O simples fato de Castroneves estar no Team Penske desde o fim de 1999 é prova de que Penske viu nele muito mais do que um piloto de talento.
Os laços que foram construídos desde então são, por assim dizer, indissolúveis. Dito pela própria Kathy Penske, o brasileiro levou para a equipe um grau de bom humor tamanho que seu próprio marido passou a sorrir mais.
O intenso suporte familiar de Castroneves sempre foi um ancoradouro para que ele se mantivesse com os pés no chão e fosse sensível às questões familiares de quem o cerca no Team Penske. Nesse tempo todo, viu gente casando, tendo filhos, sensibilizou-se com os dramas, comemorou as vitórias pessoais de cada mecânico, cada engenheiro, cada membro daquela imensa engrenagem. Ele conhece todo mundo pelo nome e na equipe, hoje, conta com os serviços de mecânicos cujos pais, muitos ainda na ativa, estiveram com ele no início dos anos 2000.
No campo esportivo, claro que lhe falta o título, mas se a gente identificar que as conquistas que mais trouxeram alegria para Roger Penske foram as de Indianapolis, Castroneves sozinho conseguiu três dessas. Isso fica evidente na entrada da equipe, onde estão expostos todos os troféus das 16 Indy 500 e os capacetes dos respectivos vencedores.
Visibilidade – Por tudo isso, o piloto criado em Ribeirão Preto tem uma espécie de contrato vitalício. Um ou outro detalhe muda ano a ano, mas sempre no sentido da continuidade. E essa relação de confiança se reflete nos dias atuais. Aos 42 anos e 30 vitórias para a Penske só na Indy, tem a liberdade de dizer o que quer e como quer, mas confia plenamente nas decisões de Roger Penske.
O piloto do carro #3 já deixou claro, interna e publicamente, que gostaria de ficar na IndyCar. A favor dessa postura há elementos bem sólidos. Além de ser extremamente popular nos Estados Unidos, é o garoto-propaganda dos sonhos de muitos patrocinadores. Ele é o primeiro da fila quando o assunto é passar horas abastecendo carros em postos de gasolina, relacionar-se com clientes na fila do supermercado, recepcionar compradores em loja de celulares ou surpreender o público nas concessionárias Penske.
Difícil dizer, entretanto, o que vai pesar, de fato, na decisão de Penske. Uma coisa, porém, é cristalina. Seja para ficar onde está, seja para pilotar o protótipo Penske Acura Honda no IMSA Sportscar, Castroneves seguirá as ordens de Roger Penske sem pestanejar, tamanho é o grau de cumplicidade e confiança entre ambos.

Foto destaque: Bret Keley/IndyCar Media
E quando lembramos que, teoricamente, caiu de paraquedas na equipe, pois foi contratado apenas a morte do Greg Moore em 1999…
Grande piloto, grande cara, é uma pena mesmo não ter sido campeão da Indy, muito embora as 3 vitórias na Indy500 e as outras vezes que chegou em segundo já falem por si.