Américo Teixeira Junior – No ano de 2015, a Confederação Brasileira de Automobilismo expediu 10475 cédulas desportivas. A informação foi divulgada em assembléia da entidade realizada na semana passada, em Belo Horizonte. Embora o número represente uma queda em relação aos 12000 verificados em anos anteriores da gestão do presidente Cleyton Pinteiro, o levantamento revela que temos mais de 10.000 pilotos em atividade no Brasil. Os dados constam do relatório “Quantidade de Cédulas por Categoria em 2015”, que pode levar a crer que o Brasil também é o “país do rali”, uma vez que a modalidade representa nada menos do que 52,26% dos filiados. A realidade, porém, não é essa, pois existem discrepâncias em pelo menos três modalidades: Arrancada, Kart e Rali.
A avaliação do relatório fica prejudicada quando se sabe que o total é composto ao mesmo tempo por portadores de Licença Master (pilotos da Stock, por exemplo) e os competidores PTD, grupo ao redor do qual se aglutinam os participantes dos Track Day. O mesmo ocorre no Kart ao misturar o Piloto Graduado de Kart (PGK) com os frequentadores de kart indoor. O grande problema, porém, está no Rali.
Por “competidor de rali”, entenda-se pilotos e navegadores que participam de competições oficiais de velocidade e regularidade, os mesmos que são promovidos pelas diversas federações que formam a CBA. Nesse contexto, a absoluta maioria se encontra inserida na categoria CNRR, que é a sigla que identifica o Competidor Novato de Rali de Regularidade.
Trata-se daquela categoria identificada como sendo a de entrada no rali, exigindo apenas que o filiado não tenha tido qualquer licença anterior e nem se classificado em eventos similares. São os chamados ralis universitários, passeios e coisas do gênero, que tem o mérito de abrir as portas da modalidade para aquele que quer participar de uma diversão para, depois disso, quem sabe, avançar mais um degrau, que seria a categoria CTRR: Competidor Turismo de Rali de Regularidade.
Até então, porém, o CNRR não pode ser considerado competidor. Tanto é que o cadastro é gratuito. O mesmo molde de isenção vale também para o participante do Track Day, classificado pelo Código Desportivo do Automobilismo como sendo “atividade esportiva não competitiva”. Tanto um grupo quanto o outro exerce o papel de inflar artificialmente os números das respectivas modalidades. Mas se o PTD (Piloto de Track Day) representa 19% dentre os competidores de Arrancada filiados em 2015, no CNRR essa proporção vai às nuvens:
Ao analisarmos o relatório sob o ponto de vista exclusivo do competidor, chegamos à conclusão de que o ano passado foi pobre para o automobilismo brasileiro em termos de participantes. Excluindo-se os 4308 novatos de rali, os 207 praticantes de Track Day e os 184 nomes inseridos na classe Kart Indoor, temos o seguinte quadro:
Resumo da ópera: embora a CBA tenha uma visão diferente a esse respeito (Ver Abaixo), o número de esportistas efetivamente atuando no automobilismo brasileiro foi, em 2015, bem menor do que fez supor inicialmente o relatório a seguir obtido pela reportagem:
CBA não concorda com análise segmentada
Consultada, a CBA se manifestou amplamente contrária à análise feita pelo Diário Motorsport ao relatório “Quantidade de Cédulas Por Categorias em 2015“. Segundo o presidente da Comissão Nacional de Velocidade, Waldner Bernardo (foto ao lado), “todos são considerados pilotos“, em alusão ao fato de este site não considerar competidores os participantes de competições de regularidade em sua categoria novatos, além de Kart Indoor e Track Day. “As competições apresentam, sim, caráter competitivo“, rebateu.
A respeito do rali de regularidade, Bernardo esclareceu que “é uma categoria bem disputada no Brasil, nacionalmente temos provas da Copa Troller, Mitsubishi e regionais expressivos – como o Cerapió, Rali do Cerrado e o TransBahia, TransCatarina -, além dos campeonatos estaduais de menor porte“. Sobre a categoria novatos, alvo específico no questionamento do Diário Motorsport sobre a pertinência de fazer parte da relação de filiados, explicou que é uma forma barata de acesso ao esporte e, por isso mesmo, incentivada.
Bernardo defendeu o Kart Indoor por ser “é uma opção a custo barato, que propicia ao piloto uma experiência com o kart, sem necessariamente ter de compra todos os equipamentos“. Citou os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco como exemplos de campeonatos bem sucedidos, “que termina por fomentar a entrada de pilotos com uma idade bem acima da media em categorias como a F4 e Sênior“.
“Isenção de taxa é incentivo”
Nome cotado a concorrer à presidência da CBA nas próximas eleições, Bernardo relacionou as taxas de filiação, inclusive para a categoria Piloto Kart Indoor (PKI), de R$ 90. “Já no rali, apenas para a Novatos, exigimos o cadastro e caso o piloto queria a carteira física ele paga R$ 70, da mesma forma para o Track Day , que custa R$ 100” (Ver tabela abaixo fornecida pelo dirigente).
Não vê a isenção como forma de diminuição de importância, pelo contrário. “Não é o fato de ser ou não paga uma filiação que faz com que se considere ser ou não um piloto“, ponderou Bernardo. Para ele, trata-se de “uma maneira de inserir um piloto de forma gratuita e dando a ele a mesma condição, como o seguro existente hoje, a todos os filiados“.
O dirigente acrescentou: “A isenção desta taxa somente mostra que a entidade não esta aqui apenas para recolher um valor de cada piloto, mais sim para promover o esporte motor em todas as suas variações possíveis, tratando de forma idêntica, do ponto de vista desportivo, todos os pilotos“. Além disso, reforçou que “o intuito é fomentar o passo seguinte e isto vem, sim, acontecendo com a migração de pilotos do Indoor para outras categorias, da regularidade para o rali de velocidade e do Track Day para categorias de velocidade na pista“.
Ainda em relação ao fomento ao esporte, não deixa de ser uma boa notícia o interesse dessa multidão pelo rali, em que pese o Diário Motorsport continuar considerando indevida a inclusão na lista de “pilotos”. Para o presidente da Comissão Nacional de Rali, o cearense Haroldo Scipião, “são pilotos e navegadores de entrada no rali, sem nenhuma experiência anterior em provas da modalidade. Esta categoria tem crescido assustadoramente por conta do regulamento que é bem restrito a utilização de equipamentos de navegação. Também é responsável pelo crescimento da Categoria Turismo, que é a superior a CNRR”, disse o dirigente.
Foto Destaque Márcio Machado






As Federações estão cobrando R$ 200 reais pela PTD.
Esses não são os valores cobrados no ano de 2016. Eu sou PGC-B e paguei R$ 940,00 no Rio de Janeiro
Caro amigo Americo na tabela publicada acima nao esta relacionada a nossa categoria .a de Piloto Benemérito CBA/FIA Somos aprox..60 pilotos da velha guarda com varios titulos nacionais e internacionais ….e que náo foram mencionados…no relatório ..Neste ano de 2016 até a presente data ainda náo recebemos a nossa cedula ..