A GT3 vai acabar? Promotores garantem que não

74406_98090_largada__gt3__domingoPrepare-se para receber um sonoro NÃO, repleto de exclamações e até com alguma dose de irritação, se perguntar para qualquer membro da SRO Latin America, empresa promotora do Brasileiro de GT3, se o campeonato vai desaparecer em definitivo do calendário nacional, após o término da atual temporada. O número de carros no grid alimenta dúvidas e as dificuldades atuais são em grande parte creditadas à crise, segundo avalição de seus gestores. Apesar disso, o piloto e empresário Antonio Hermann, um dos sócios brasileiros de Stephane Ratel, avisa que tem planos para reverter o quadro e “pensar em terminar um campeonato tão belo como a GT3, aliás, não é sequer uma opção do pessoal que cuida da sua gestão“. Nesta entrevista exclusiva ao Diário Motorsport, rechaça os boatos, analisa o atual momento e projeta uma temporada de 2010 bem mais atrativa:

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DIÁRIO MOTORSPORT – Foram somente oito carros no grid da GT3 no Rio e em outras corridas o grid não foi muito diferente neste ano. Trata-se de conseqüência direta e exclusiva da crise ou a empresa promotora acredita que, eventualmente, possa ter cometido erros promocionais e/ou organizacionais que também tenham contribuído para isso?
ANTONIO HERMANN – A crise é realmente a grande responsável pelos problemas que temos enfrentado. Basta lembrar de alguns fatos recentes, ocorridos justamente após a crise. No final do ano passado, tivemos algumas baixas históricas, como saída da Honda da Fórmula 1 (com várias outras equipes considerando tomar a mesma iniciativa), a decisão da Mitsubishi de não disputar o Rally Dacar, a Subaru e Suzuki também saindo do Mundial de Rally, entre várias outras. No Brasil, praticamente todo o segmento sentiu o impacto da crise mundial, inclusive com equipes e pilotos dos principais torneios vendo suas temporadas ameaçadas pela incapacidade dos patrocinadores de continuar o apoio. Na GT3, isso não foi diferente. Com o agravante de que ainda estamos nos consolidando, somos um evento jovem, mas muito promissor.

DIÁRIO MOTORSPORT – É verdade que este é o último ano da GT3?
ANTONIO HERMANN – É incrível como no Brasil as pessoas tendem a acreditar em boatos, mesmo tendo acesso direto à fonte principal. A GT3 não está nem perto de acabar, muito pelo contrário. Estamos, sim, atravessando uma crise – e não é a “nossa crise”, mas uma crise mundial que nos afetou tanto quanto diversos outros torneios. Me aponte uma categoria que alegue não ter sofrido! Com certeza, você estará me mostrando alguém que está mentindo.

DIÁRIO MOTORSPORT – Qual garantia de que haverá o campeonato? Há ferramentas reais de recuperação?
ANTONIO HERMANN – As ferramentas reais a que você se refere são nossos patrocinadores, que estarão conosco em 2010, e também as equipes e pilotos que ou estão no grid ou aguardam condições mais favoráveis para voltar. Mas temos outras garantias, como você coloca em sua pergunta, que estão configuradas no novo modelo de competição que vamos apresentar em breve, ainda em outubro (com uma antecedência que, eu acho, é inédita em termos de automobilismo nacional, algo que mostra que, muito longe de estarmos desistindo, estamos planejando e investindo, como todos verão logo mais). Pensar em terminar um campeonato tão belo como a GT3, aliás, não é sequer uma opção do pessoal que cuida da gestão do campeonato.

DIÁRIO MOTORSPORT – Existe alguma ação da empresa promotora para recolocar na pista, ainda neste ano, os carros que se encontram ausentes atualmente ou isso é responsabilidade exclusiva de equipes e pilotos?
ANTONIO HERMANN – Existem ações, entre elas ajuda e isenções, mas só isso não basta. É preciso que as equipes tenham condições próprias de sustentar suas operações e com a crise muitos segmentos financeiros, onde atuam patrocinadores e apoiadores dos times, passam por uma transição. Temos que aguardar o fim desse ciclo. Mas o Brasil de forma geral está saindo da crise e já sentimos, pela procura de pilotos e chefes de equipe, que em breve teremos um grid maior – mas em 2009 esse aumento será gradativo. Para 2010 é que esperamos um incremento que, na nossa expectativa, vai surpreender a todos. Nós somos apaixonados pelo nosso evento, pelas corridas da GT3 e por seus carros. Sabemos do seu potencial e temos certeza que, tendo as condições ideais, vai ser o mais bonito e competitivo do Brasil.

Foto Luca Bassani/GT3

3 Comments

  1. Du Carmo 29 de setembro de 2009 at 13:20

    Segundo o que ouvi e li, a debandada de Vipers e Fords GT, teve mais a vêr com uma equalização que foi feita para tornar os Ferrari e Porche vencedores, em detrimento das primeiras citadas, que deixaram de ser ganhadoras e como ninguém gosta de perder antecipadamente, guardaram os seus lindos carrinhos!
    A mencionada crise, parece-me mais esportiva que económica …

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  2. JORJÃO 29 de setembro de 2009 at 10:34

    toda categoria passa por crise, aguenta que passa e tudo vai dar certo

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  3. Diego Ribeiro 29 de setembro de 2009 at 0:02

    Américo, eu acho que os principais motivos da GT3 estar nessa pindaiba, e pelo numero exessivo de pilotos, de alem de disputar a GT3, disputavam outras categorias, pricipalmente a Stock Car. Isso torna a GT3, desinterensante para o publico. E tbm, por causa da crise mundial, varios pilotos decidiram deixar de lado a categoria, para priorizar as outras, como a propria Stock, entre outras.

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