Por Américo Teixeira Junior – Dizer que Bernie Ecclestone é um gênio nos negócios é chover no molhado. Todo mundo que, de alguma forma, está envolvido com o automobilismo sabe disso. Coube a ele transformar em evento global  o que não passava de uma reunião de pequenos construtores, em sua maioria, meramente com interesses locais. Há, porém, situações cuja eficiência fica difícil de ser percebida.

Esse fim de semana de automobilismo de alto nível é um exemplo disso. Se por interesses comerciais, imposições governamentais ou simplesmente mesquinharia, fato é que marcar o GP da Europa para o mesmo período da prova de endurance mais importante do mundo, a 24 Horas de Le Mans, é uma espécie de estratégia do grotesco, na qual muito se perde.

Não que a prova francesa dependa da F1 para alguma coisa, mas o ano passado mostrou o quão positiva é a não coincidência de datas, com alguns de seus pilotos, com enorme entusiasmo, no estrelado grid de Le Mans. Foi um presente para os fãs, agora retirado. É, também, no mínimo injusto com as pessoas envolvidas com a prova do Azerbaijão ver todo o esforço de fazer o país estrear no calendário com uma concorrência tão forte em termos de visibilidade.

Mas, no final das contas, cada evento será realizado como planejado, da mesma forma que os interessados nas duas manifestações automobilísticas terão de se desdobrar. Foi assim no fim de semana da Indy 500/GP de Mônaco e será assim sempre, pois, à revelia do que pensam fãs ou puristas, há uma engrenagem muito maior que, essa sim, não pode parar, a do Motorsport Business. É do jogo.

Foto FIA