Sim, equipe independente pode vencer na Copa Truck
Por Américo Teixeira Jr.
Imaginem um piloto com orçamento suficiente, cercado dos melhores engenheiros e mecânicos, equipe premiada, chefe de equipe dos mais conceituados, diversos funcionários para cobrir suas necessidades, permitindo-o foco total na corrida.
Imaginaram? Ok.
Vamos agora falar de uma situação diametralmente oposta.
Imaginem um jovem, dono de sua própria equipe, que se resume a ele próprio, poucos integrantes e seu pai, cuja carreira e experiência fazem dele um dos nomes mais destacados do automobilismo brasileiro, mas sem os conhecimentos técnicos do filho. Na oficina, o dono faz de tudo um pouco: pintor, mecânico, engenheiro eletrônico, carregador de carreta, noites trabalhando nos dois caminhões da equipe e, como ele mesmo diz, “com orçamento de kart indoor”.
Raramente vai para as corridas de avião. O comum é pegar a estrada com o pai – isso quando não vai ele mesmo dirigindo o caminhão da equipe, mas já de olho na volta, pois tem um motivo especialíssimo. Tornou-se pai no mês passado do Lucas, um “pacotinho” sobre o qual os marmanjos derramam lágrimas de emoção.
Falamos de Fábio Fogaça, dono da FF Motorsport, filho de Djalma “Monstro” Fogaça, e vencedor da corrida 2 da segunda etapa da Copa Truck, realizada no dia 14 em Goiânia (GO), depois de um P8 na corrida inicial, vencida por Roberval Andrade.
Lucas não faz a menor ideia do que está acontecendo ao seu redor. Hoje ele só deve querer leitinho, ficar limpinho e dormir – se bem que nessa fase o que essa molecada menos faz é dormir, para esgotamento dos pais. Mas um dia Lucas entenderá que aquele troféu, o da primeira vitória de seu pai na categoria que fez do avô um ‘rei’, foi conquistado para ele, por ele e com ele.
