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Tony Kanaan está cumprindo a sua sétima temporada completa na Indy Car e tem estado em uma verdadeira montanha russa. Após o 5º posto na primeira etapa, em St. Petersburg, e mais dois 3º postos consecutivos (Long Beach e Kansas), iniciou as atividades para a prova de Indianápolis como líder do campeonato e, principalmente, em condições de lutar pela tão esperada vitória no Indianapolis Motor Speedway, nesta sua oitava tentativa.
Mas foi justamente na pista da família George que as coisas começaram a virar, para pior, para este baiano de 34 anos e campeão em 2004. Foram três quebras consecutivas, incluindo o grave acidente na Indy 500, e a batida no Iowa Speedway, no domingo, 21. “Foi erro meu mesmo”, reconheceu o atual 7º colocado no certame da Indy Racing League.
Nesta entrevista exclusiva para o Diário Motorsport, Tony Kanaan respondeu por e-mail algumas perguntas sobre a sua recuperação do acidente em Indianápolis, a competitividade da Andretti Green e o atual momento da categoria após a reunificação.
Diário Motorsport – Desde o acidente em Indianápolis, como está se tratando?
TONY KANAAN – Tenho feito tratamento na St. Vincent, em Indianápolis, pois eles são especializados nisso, além de cuidarem da minha preparação física também. Ainda incomoda a dor, mas dá para seguir. Ainda bem que o acidente em Iowa foi no lado direito (rarara).
DM – Foi realmente uma luxação forte ou chegou a ter alguma fissura ou fratura nas costelas do lado esquerdo?
TONY KANAAN – Foi uma luxação forte que dói como se estivesse quebrada…
DM – Houve alguma mudança de pessoal ou diminuição no orçamento que justificasse a pouca velocidade reclamada por você nas primeiras corridas e as quebras mais recentes?
TONY KANAAN – Na verdade, comecei o ano muito bem, sendo bem competitivo e até liderei o campeonato antes de Indianápolis. Mas ali começou essa seqüência de três abandonos e uma corrida que me arrastei na pista em Milwaukee. Mas com certeza as coisas vão mudar. Nós trabalhamos muito forte para isso e não é força de expressão, não. Tenho reservado muito tempo na sede da AGR. Em Iowa, não teve quebra, foi erro meu mesmo.
DM – O que realmente quebrou em Indianápolis?
TONY KANAAN – Não sabemos ainda exatamente o que quebrou, mas foi algo relacionado com a suspensão traseira, que me jogou no muro em segundos, mesmo sendo uma reta. Um dos piores da minha vida, se não foi o pior.
DM – Antes você tinha Franchitti, Wheldon e Herta para trocar informações. Hoje tem Danica, Mutoh e o Andrettinho. O que mudou na sua forma de trabalhar e da equipe de um ‘time’ para o outro?
TONY KANAAN – Mudou bastante, mas não para pior ou melhor. A verdade é que no início dessa formação que temos hoje, há dois anos, eu era o mais experiente e um caminho para eles seguirem. Hoje eles têm mais bagagem, mas não mudou muito. Em Indianápolis, por exemplo, andei nos quatro carros durante os treinos. Gosto de fazer parte dessa família.
DM – O Michael Andretti, com o filho na pista e o pai sempre junto, consegue ser um chefe de equipe imparcial ou às vezes fala mais alto o coração e ele tenta beneficiar o filho?
TONY KANAAN – Com certeza, ele é totalmente imparcial, até porque hoje é estrategista da Danica. Então, precisa pensar 100% no carro dela na corrida, e não no do Marco. Fora das corridas, ele, Kim Green e o Kevin Savoree, os donos da AGR, são bem profissionais, não tem favorecimento algum entre nós.
DM – Penske e Chip Ganassi estão melhores, em termos de performance, em relação a Andretti Green até aqui. Isso é fato isolado ou é essa a realidade do campeonato?
TONY KANAAN – Depende de qual pista. Em algumas eles estão um pouco mais fortes, em outras a gente está melhor, como estava sendo em Milwaukee até o carro pegar fogo. Em Indianápolis, também, tinha um carro capaz de vencer a prova. Mas tudo depende das características de cada circuito. Eles vão sempre aparecer, não tem jeito, mas temos chance de brigar, com certeza.
DM – A chamada união entre Indy Car e Champ Car, em minha opinião, foi na verdade a maneira de a segunda não desaparecer e anunciar falência. Não vi nenhuma vantagem nessa ação, visto que algumas poucas equipes da Champ Car se mantiveram ativas. É uma visão pessimista minha? Você observa, estando lá dentro, algum progresso efetivo e qualitativo a partir disso?
TONY KANAAN – Com certeza houve um progresso muito positivo para todos na reunificação, tanto dentro como fora das pistas. As equipes que vieram da Champ Car já venceram corridas e estão bem adaptadas. Então, é mais uma prova de qualidade que a Indy ganhou com a reunificação.
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Américo: legal essa matéria…é legal saber pelos próprios pilotos como é a ‘situação’ dentro da categoria, bem legal, mesmo. Você pode repassar essa mensagem p/ o Tony? Obrigada e um abraço.
Tony: Força e confiança!!! Não se deixe esmoecer!!! Estou torcendo p/ essa situação mudar p/ melhor…pilotar c/ dores não deve ser nada, nada fácil…Apesar de brasileira, e querer bem a todos os pilotos brasileiros, torço, antes de tudo para os bons pilotos!!! Abraço.