
Por Américo Teixeira Junior – Uma relação que nunca foi boa, agora, ficou pior ainda. E mais, tem potencial para terminar nos tribunais. Esse é o resultado dos acontecimentos recentes que só fizeram agravar a crise existente entre o piloto Cacá Bueno e a Confederação Brasileira de Automobilismo.
Na condição de um dos principais profissionais do automobilismo, o piloto carioca tem como característica dizer em público aquilo que alguns de seus colegas de profissão só se sentem confortáveis em fazê-lo no privado. Tal postura fez com que ele se sentisse muitas vezes perseguido pelos comissários da entidade. Mas o que era um sentimento virou certeza com a publicação de hoje do jornal Folha de S. Paulo, que denunciou ações deliberadas para prejudicá-lo. CBA e Vicar já se pronunciaram, assim como os envolvidos. O Grande Prêmio também abordou o assunto com profundidade.
Há, porém, desdobramentos.
Para começar, o caso pode parar na Justiça. Especialistas ouvidos pelo Diário Motorsport atestam que Cacá Bueno tem o direito de entrar na Justiça para reclamar por danos morais e materiais. Para tanto, uma peça fundamental é a comunicação escrita trocada pelos comissários Clóvis Matsumoto e Ygor Dias, assumindo atitudes que prejudicaram o piloto. Ambos, agora afastados de suas funções, alegam que tudo não passou de um brincadeira.
Há também um mito sobre a falta de autoridade dos comissários técnicos. Em que pese ser absolutamente correta a afirmação da CBA de que a função punitiva não é destes profissionais, mas sim dos comissários desportivos, na prática a coisa não é bem assim. É bastante incomum haver questionamentos por parte dos desportivos diante de um relatório técnico apontando irregularidades e sugerindo punições. O comissário técnico pode até não assinar, mas se ele disser que há uma irregularidade, a tendência natural é o comissariado desportivo acatar a posição.