Por Americo Teixeira Jr. – A etapa da Fórmula Truck, realizada neste domingo em Córdoba (Argentina), poderia ter se transformado em outro caso como tantos outros que envergonharam o automobilismo nos últimos anos. Mas teve uma lição de ética protagonizada pela RM Competições, equipe oficial Man/Volkswagen.

Se o chefe de equipe Renato Martins e o piloto Felipe Giaffone tivessem manobrado nas voltas finais, estariam comemorando o título sul-americano de Leandro Totti, também membro da esquadra,  líder da pontuação até esta prova em solo argentino e, portanto, principal candidato ao título sul-americano. Mesmo com a vitória do principal rival, o piloto da Iveco Beto Monteiro, para Totti bastaria um 4º posto.

Mas após um desenrolar competitivo, a corrida chegou à última volta com Totti em 5º e perdendo o título, visto a liderança de Monteiro. Com Giaffone em 2º, bastaria uma manobra para que Totti fosse para a posição que lhe garantiria o título. Mas isso não aconteceu. Giaffone tentou fazer sua parte da maneira correta, buscando a vitória até o último instante. Nem mesmo uma escapada de pista, numa das derradeiras tentativas, impediu que ele terminasse colado a Monteiro, que venceu a corrida e o campeonato.

Por fim, Giaffone evitou uma briga entre Monteiro e Roberval Andrade, que ali mesmo no pódio iniciaram uma discussão e estiveram próximos do total desequilíbrio emocional. Andrade chegou em 1º com Scania, mas carregava uma punição por queima de radar (teria passado a 162 km/h diante de um limite regulamentar de 160 km/h) quando disputava posição com Monteiro.

Por ter acontecido nas voltas finais, o drive through não foi cumprido, razão pela qual lhe foi atribuído um acréscimo de tempo, caindo para 3º.  O clima quente da pista continuou no pódio. Dedos em riste e os empurrões fizeram supor algo mais grave, mas a interferência de Giaffone foi providencial.