Por Eduardo “Borracha” Abbas * para o Diário Motorsport
Amigos, vamos direto ao assunto. Para quem gosta de corrida de automóveis, nada é mais frustrante do que assistir o evento aos pedaços. Tivemos novamente esse exemplo na Stock Car de Curitiba, transmitida pela TV Globo. A confusão na forma de se mostrar a corrida atrapalha o andamento e o entendimento. A largada foi ao vivo, dentro do Esporte Espetacular e ficou no ar por alguns minutos quando abriu-se espaço para outro esporte (será que era o futebol?) e quem queria acompanhar ficou chupando o dedo.
Acontece que, sem avisar ninguém, passaram a exibir na íntegra e ao vivo no SporTV 2. O coitado do locutor da TV por assinatura estava perdido, ainda bem que o Rodrigo Mattar estava lá dando uma, digamos, mãozinha. E como fica o telespectador? Afinal, a televisão não é feita pra ele?
As duas emissoras são do mesmo grupo, donas do mesmo evento e disputam audiência? Até onde eu sei antes falavam a mesma língua, mas talvez agora uma mudança de sotaque tenha prejudicado o entendimento em cobrir esses eventos em parcimônia. Será que foi por isso que a transmissão da corrida ao vivo na TV aberta deu a impressão de voltar antes do combinado? E de quem é culpa? Do contrato entre organizador e televisão? Cada um não um faz sua parte? Porque o evento sofre?
A TV Globo faz a parte dela. Divulga e faz todo o barulho, monta a parafernália eletrônica, informa nos telejornais e se remunera bem com a venda das quatro cotas de patrocínio. Esse ano elas foram vendidas por R$ 8 milhões cada. Já o organizador se vira em procurar seus patrocinadores e fazer o evento direito. Aí que a parceria fecha, mas pelo custo do espaço que é dedicado, fica muito caro!
Pelo tamanho da grade de eventos da Globo e a escassez de espaços nas outras emissoras voltados a esportes, inclusive automobilismo, o caso é pegar ou largar. Não se pode cobrar nada e nem é essa a intenção, na verdade, o status de estar presente na maior rede nacional deveria bastar para pilotos, patrocinadores e organizadores. Não basta, falta, porque um grande evento desses fica reduzido a ser apenas um flash no meio de um programa de três horas sobre todos os esportes.
É realmente uma pena essa forma pouco ortodoxa de transmissão, inclusive porque os vizinhos são muito incômodos. De um lado tem um domingo que é muito legal e do outro um pica-pau que faz questão de bicar os números da audiência para mostrar que está ali, e quem acaba pagando o preço é a Stock Car.
Na emissora da Rede Globo é comum a exibição de eventos esportivos dessa forma, mas só para alguns. Imagine um jogo de futebol que só tivesse os primeiros 10 minutos, os últimos cinco e os gols em replay. Ou pior, uma novela das 8 que você conhece um personagem que nasce, morre e depois passam os melhores e piores momentos da vida dele na trama. Dá pra assistir? Consegue acompanhar? Consegue gostar e se interessar por esse estilo Frankenstein de se mostrar um programa? Não mesmo! (E-mail:[email protected]. Follow me: http://www.twitter.com/borrachatv)
* O jornalista Eduardo Abbas foi produtor de Fórmula 1, Stock Car e da programação automobilística da Rede Globo e SporTV, exercendo atualmente consultoria em sua especialidade. É colunista convidado do Diário Motorsport e o mesmo é única e inteiramente responsável pelo conteúdo do espaço que assina.
Foto Duda Bairros/Stock Car
Não faz muito tempo: Quatro anos atras no início de Dezembro de 2006 fui a Interlagos assistir a final da Stock Car (aquela mesma que o Ingo ganhou sua 100º vitoria e o Cacá foi o campeão…).Só para resumir, me lembro que largaram 42 carros, mais de 40 mil espectadores nas arquibancadas e muitos patrocinadores entre laboratórios de medicamentos, provedores de Internet, seguradoras, sistemas de alarmes, entre tantos outros. Hoje, são raros os carros com forte patrocinio (Ah se não fosse a Itaipava…)e vários pilotos bons deixaram a categoria.Culpo por isso principalmente a emissora detentora das transmissões,que impõe um horário ridículo (11h) para as largadas, para nen transmiti-las, mas considero também que a Vicar tem uma atuação fraca na condução das ações de marketing da categoria. Como consequência os patrocinadores debandaram. Basta olhar para a Truck, que tem as corridas transmitidas na integra e muita exposição ao longo da transmissão na tv. Nem preciso falar que lota os autódromos porque é notória a empolgação dos organizadores.Mas ainda amo a Stock e espero ve-la forte novamente, de preferencia en outra emissora e largando as 13 ou 14h.
Concordo com o Dê Machado. Nos (bons) idos de 90, quando iniciei minha carreira de fotógrafo, era comum até ligarem para mim para cobertura jornalística e pelos patrocinadores, nas etapas de Stock Car e, Curitiba. Certa vez, minha credencial de imprensa foi trazida em minha casa. Nao quero tapete vermelho, longe disso. Logo que passaram para as mãos de uma emissora, a coisa degringolou. Conheço pessoas de 12, 15 anos que tem credencial de imprensa garantida aqui em Curitiba. Profissional responsável nao consegue credencial nem que a vaca tussa e voe. As notícias são pela metade. A cobertura é uma droga. Mas vamos e venhamos: não existe pessoal (nem emissora) qualificado para transmissão de outro esporte a nao ser o futebol. Lembro-me na Fórmula Indy, em SP, quando o narrador falou que quem estava na liderança da prova era “fulano de tal” que já havia falecido há quase 10 anos. Falta profissionalismo. Só isso. Na terceira etapa de 2010 em Curitiba, 60% dos carros não tinham nenhum patrocínio. Sim, NENHUM. Escrevam: no máximo em 2 anos, a Stock Car acaba. Melhor, vai ser enterrada pela emissora que detém a transmissão. Vem aí uma nova categoria (já iniciada este ano) com veículos nacionais, mas por trás, uma bandeira internacional. Um evento bem mais forte que a Stock Car. Tomara que feita por pessoas que não se vendam. É esperar para ver.
Me lembro em 1990 quando a Chevrolet voltou a patrocinar a categoria, a entidade que tomava conta na epóca era a ANPP (associação nacional de pilotos e preparadores) enviava convite para residencia de seus inscritos bem como distribuia os mesmos convites nas escolas.
Com a ida da categoria para a Globo, eu deixei de assistir e acompanha por vários motivos.
Um deles é que tudo q se acontece tem q se mostrar Caca Bueno, meu esse cara só é o que é por causa do pai, pq ele não toca po….. nenhuma.
Motivo dois: Corrida em takes, que coisa ridícula além de que os takes são do caca, lógico.
Motivo três: colocaram um cidadão responsável pelo credenciamento de imprensa que se sentar num carro de corrida não sabe nem ligar, e se acha o bambambam da história, mas é direito dele (saudade do Milton Alves) e as credenciais são vão para mão de maia duzia de fotografos que cobrar um absurdo pelo trabalho e vc não ve fotos dos mesmo em lugar nenhum, a não ser no anuário da categoria e que ajudou a categoria na epoca em que ela precisa hoje fica de fora.
Na etapa de SP, notei que as arquibancadas já não estavam tão cheias como antes, as empresas patrocinadoras quando não leva publico, não enche.
E eu torço, torço muito para que esse canal de tv que está transformando a que na minha opinião era a maior categoria do automobilismo nacional, de uma hora para outra saia e deixe todos na mão, ai vamos ver cmo se sustenta.
Viva a Fórmula Truck, Viva a humildade dos organizadores da F. Truck, viva Dinho e Joana Leme.
Amigos, Borracha, acho que vi outra coisa. Não vi a largada na Globo, nas primeiras imagens que vi, os carros já estavam com várias voltas completadas, quando colocaram a largada em VT. Já tinha tentado várias vezes no Sportv e Sportv2, sem sucesso. Tinha uma final de tênis e um documentário, respectivamente. As promessas feitas através de nota oficial da categoria, de transmissão integral no canal a cabo foram um alento, já que não pude ir ao Velopark pois estava em pleno fechamento da edição de maio da CAR. Mas na hora H, nada, nem na aberta, nem na fechada.
Mudei algumas vezes durante o Esporte Espetacular, mas não vi a transmissão no Sportv. Talvez tenham mostrado o final da prova, quando eu, a exemplo de Rubinho Barrichello, já havia mudado os planos e já estava no quintal brincando com os cachorros. Acho que milhões de pessoas desistiram, como eu, de assistir a um evento que foi divulgado, programado e prometido, mas não estava lá.
Discordo veementemente de que não há opções, que seria pegar ou largar. Sabemos que a audiência da Stock Car vem caindo vertiginosamente, assim como o público nos autódromos e interesse da imprensa. Penso que há opções sim, assim como acredito que a Stock, por si só, atrairia um bom público espectador a uma outra emissora aberta com cobertura nacional, que se dispusesse a transmití-la na hora certa, da forma certa e com o devido respeito ao evento e ao telespectador.
Me coloquei como um deles no domingo e, para piorar, antes de optar pelos cachorros, tentei pelo menos acompanhar a corrida pelo live timing, que não funcionava. É muito descaso e ele costuma cobrar caro. Se os organizadores da Stock acham que o evento resiste a qualquer coisa, que coloquem as barbas de molho. Nizan Guanaes já desistiu dele, assim como vários patrocinadores. Já já a pessoa mais importante desse processo também desiste, o fã, o espectador, aí será tarde demais. E a Globo, ora, venderá suas cotas de 8 milhões para outro esporte, golfe, sinuca, ou um aventureiro descendo um rio de caiaque, para eles não fará diferença.