A 13ª edição da prova 500 Milhas da Granja Viana, realizada no kartódromo do mesmo nome na cidade de Cotia, na Grande São Paulo, marca uma espécie de retornos de consagrados competidores brasileiros que até recentemente tinham destaque no automobilismo internacional, notadamente nos Estados Unidos. Christian Fittipaldi, Bruno Junqueira, Cristiano da Matta e Vitor Meira são alguns desses pilotos que não tiveram, em 2009, participação regular nos campeonatos nos quais, até então, eram presenças obrigatórias.
Acidentes, questões de idades, dificuldade de patrocínio e até mesmo motivos de ordem pessoal foram alguns desses elementos impeditivos, mas cada um deles, a seu modo, está buscando novos horizontes.
VITOR MEIRA, VOLTA GARANTIDA
Dos três, somente Meira já tem a sua situação definida para 2010 no cenário internacional do automobilismo. Contratado pela equipe de A. J. Foyt para disputa a Indycar nesta temporada, viu seu planejamento ir por terra em razão do grave acidente sofrido durante a Indy 500. As lesões na coluna impuseram ao piloto de Brasília um longo período de recuperação, que impossibilitou o seu retorno antes do encerramento do certame.
As tradicionais provas de kart estão servindo para uma espécie de aquecimento para Meira, que retornará ao campeonato já na prova de abertura do dia 14 de março, nas ruas de São Paulo, pela mesma equipe. Aos 32 anos, Meira corre nos Estados Unidos desde 2002, quando disputou algumas provas pela equipe Menard. Antes da Foyt, correu também pela Rahal Letterman e Panther. Incluindo a acidentada corrida de Indianápolis, já disputou 97 provas pela Indy Racing League, embora nunca tenha vencido.
BRUNO JUNQUEIRA, DE OLHO NA INDY
Para o mineiro Bruno Junqueira, 33, o ano também foi de poucas atividades, restando-lhe a boa presença na Indy 500, quando conseguiu classificar o carro da inconstante equipe Conquest. Apesar de o chefe de equipe Eric Bachelart ter unicamente conseguido tal feito por causa de Junqueira, colocou no lugar o brasileiro, no grid, o canadense pagante Alex Tagliani. Dessa forma, ele nem pôde largar na mesma prova da qual fora pole position em 2002.
Teve ainda uma participação na Grand-Am, mas está mesmo focando seu esforços para voltar à Indycar em 2010. Vários entendimentos estão sendo mantidos nesse sentido. Enquanto isso, está vivendo a emoções de ser pai pela primeira vez, fato ocorrido em agosto último.
CHRISTIAN FITTIPALDI, DE RETORNO À STOCK
Às vésperas de completar 39 anos e de malas prontas para reestrear na Stock car em 2010, Christian Fittipaldi esteve praticamente afastado das pistas em 2009. Nome de destaque na extinta Champcar, suas atenções estiveram voltadas para o American Le Mans Series e a Grand-Am a partir de 2004. Este novo encaminhamento da carreira de Fittipaldi rumo ao automobilismo brasileiro está ocorrendo a partir de uma nova formação empresarial entre ele e seu pai, o ícone Wilson Fittipaldi Jr. Trata-se da Fittipaldi Racing Brand 3, parceria entre os Fittipaldi e o empresário de marketing esportivo José Cocco.
O fato de ter guinado sua carreira para os Estados Unidos em 1995, quando era tido como praticamente certo na então equipe Tyrrell de Fórmula 1 e após três temporadas completas na categoria (Minardi e Arrows), Fittipaldi colheu muito sucesso na antiga Fórmula Indy, defendendo por seguidas temporadas a equipe de Carl Haas e do falecido ator Paul Newman. O flerte com a Nascar comecou em 2001, quando disputou algumas provas da então categoria de acesso Busch Series, antes de participações na principal, em 2002 e 2003. Com tudo isso, mais o que fez posteriormente, é um dos pilotos mais ecléticos em atividade.
CRISTIANO DA MATTA, NOVOS TEMPOS
Desde que se recuperou do acidente de 2006, quando em um treino atropelou um antílope na pista de Elkhart Lake, a grande batalha recente deste mineiro, ex-piloto da equipe Toyota de Fórmula 1, foi para obter a plena recuperação. Vitorioso nesse aspecto, sua carreira não teve continuidade a partir de então, embora tenha participado de competições de Turismo nos Estados Unidos.
Aos 36 anos, ele é o primeiro a admitir que não há mais espaço nas provas de monopostos, principalmente em se tratando de ovais. Tem uma predileção por endurance e esteve conversando recentemente com equipes da Stock Car. Apaixonado por bikes, está no melhor de sua forma física, afinal, como ele mesmo afirma, tem tido tempo de sobra pra isso.
Todas essas realidades dípares estarão momentaneamente juntas na Granja 500, cada um deles buscando a vitória em uma prova que, de fato, é uma festa de confraternização de final de ano, mas ninguém que voltar para casa, no Brasil ou nos Estados Unidos, sem o troféu de vencedor.

Parabéns a todos pilotos que participaram da mais tradicional prova do Kart Brasileiro e porque não dizer Internacional.
Congratulações também aos organizadores, Direção de Prova, Comissários, Sinalização, etc., pela organização dete evento.