
Algumas das melhores referências dos carros da Fórmula 1 da década de 70 foram relativas ao McLaren M23. Emerson Fittipaldi conquistou o seu segundo título mundial, o de 1974, justamente com esse modelo da equipe então chefiada por Teddy Mayer. Projetado pelo engenheiro britânico Gordon Coppuck, que foi trabalhar em 1965 na equipe fundada por Bruce McLaren, o M23 foi equipado com o motor Ford Cosworth. Estreou nas pistas na temporada de 1973, em substituição ao M19, ainda utilizado nos Grandes Prêmios da Argentina e Brasil (ambos vencidos por Emerson Fittipaldi com Lotus 72D Ford Cosworth) daquele ano pelo neozelandês Danny Hulme e o norte-americano Peter Revson.

Coube a Hulme, campeão mundial de Fórmula 1 de 1967 (Brabham Repco BT24), ser o primeiro piloto a conduzir o M23 em provas do Mundial. Foi na terceira etapa, em Kyalami, África do Sul. Revson e Jody Scheckter, o sul-africano que fazia a sua primeira de cinco corridas naquele ano pela equipe, participaram da corrida vencida por Jackie Stewart (Tyrrell 006 Ford Cosworth) ainda com o M19 em sua versão C. Na disputa seguinte, em Montjuich, Espanha, Revson também já dispunha do modelo concebido pelo engenheiro aeronáutico fanático também por motocicletas.
A primeira vitória do M23 aconteceria três meses e meio após sua estréia e na quinta prova disputada. Coube a Denny Hulme essa primazia, no Grande Prêmio da Suécia, em pódio completado por sueco Ronnie Peterson (Lotus 72E Ford Cosworth e por François Cevert, da França, com Tyrrell 006 Ford Cosworth. As vitórias de Peter Revson na Inglaterra (Silverstone) e Canadá (Mosport Park), em conjunto com outros bons resultados, deram para a McLaren o 3º lugar no Mundial dos Construtores, constituindo-se no melhor acumulado da equipe até então em pontos acumulados.

Para 1974, Teddy Mayer concentrou o foco em dois carros e contratou Emerson Fittipaldi para ser parceiro de Hulme, enquanto Revson se transferia para a Shadow e Scheckter ingressava na Tyrrell. Foi o ano do primeiro título de construtores da McLaren e único fora da esfera de Ron Dennis, que compraria o time de Mayer em 1983. Foram três vitórias de Emerson Fittipaldi (Brasil, Bélgica e Canadá) e a conquista do bicampeonato mundial. Hulme abriu a temporada vencendo na Argentina. Seria seu ano de despedida, após dez campeonatos. Ele viria a falecer aos 56 anos, no dia 4 de outubro de 1992, após ataque cardíaco durante uma competição na Austrália.
Nos dois anos, com o vice-título de Fittipaldi em 1975 e o prêmio principal para o inglês James Hunt no ano seguinte, o M32 completou uma trajetória de 16 vitórias: James Hunt: 6; Emerson Fittipaldi: 5; Danny Hulme: 2; Peter Revson: 2; Jochen Mass: 1. A partir do Grande Prêmio da Espanha de 1977, em Jarama, o M23 foi substituído pelo M26. Foram 62 provas ininteruptas pelo time de Teddy Mayer até a sua aposentadoria do bólido vencedor, isso sem contar diversas outras participações de times particulares que adquiriram o chassi (naquela época era permitido). Vale lembrar, também. que foi nesse carro, com o número 40, que Gilles Villeneuve estreou na Fórmula 1 em 16 de julho de 1977, em Silverstone.
