Mudança de regra de combustível, por parte da CBA, deixou vulnerável um número muito maior de pilotos da etapa final do Brasileiro de Stock Car
Por Americo Teixeira Jr.
A Corrida do Milhão, disputada no dia 9 de dezembro no Autódromo Municipal José Carlos Pace, no bairro paulistamo de Interlagos, teve o elemento combustível como fator decisivo, a culminar com a vitória de Thiago Camilo (foto abaixo by Fernanda Freixosa/Vicar) nos metros finais, já diante da bandeira quadriculada, quando o então líder Cacá Bueno (foto ao lado by Fernanda Freixosa/Vicar) ficou sem ethanol há poucos metros da chegada. O problema, entretanto, não impediu que Bueno ratificasse a sua condição de grande nome do ano e assegurasse o título.
Essa circustância, que deu um brilho especial para a corrida, em grande parte foi criada por uma mudança de regra para a última etapa da Stock Car. Embora o tanque de combustível instalado no carro comporte 114 litros, o teto utilizado durante o ano era de 100 litros.
Mas no sábado que antecedeu a corrida, os comissãrios da Confederação Brasileira de Automobilismo baixaram esse teto para 95 litros. Na prática, teria o papel de impedir que as equipes adotassem a tática de não parada nos pits. em detrimento daqueles pilotos menos afeitos à economia de combustível.
Só que a coisa não funcionou. Quem estava economizando combustível, economizou mais ainda. Quem não pretendia parar, encontrou uma maneira de não fazê-lo ao largar dos boxes. Diferente, mesmo, somente que o número de pilotos com pane seca foi maior do que se fazia supor.
Alguns pilotos, como foram os casos de Helio Castroneves, Julio Campos e Xandinho Negrão, entre outros, largaram dos boxes já com tanque cheio, uma vez que o regulamento permite o reabastecimento para o carro que está nos boxes, mesmo sem ter iniciado a corrida, desde que a largada seja autorizada.
Thiago Camilo, por seu turno, trabalhou de outra forma, ainda mais ousada. Ele largou com os demais e foi o primeiro a reabastecer, antes do complemento da primeira volta. Depois disso, passou a trabalhar com um quebra-cabeça formado por consumo de combustível, administração das ultrapassagens e cálculos e mais cálculos da equipe chefiada por André Bragantini, à medida em que o Safety Car adentrava ao traçado de Interlagos. Poucas vezes uma prova da Stock terminou de modo tão eletrizante.