O piloto brasileiro Nelson Angelo Piquet começou, no último sábado (13.02), uma nova fase na sua vida. Pilotando pela equipe Red Horse Racing, ele garantiu o 6º posto na primeira etapa do NASCAR Camping World Truck Series, certame de picapes que deverá disputar integralmente nesta temporada. Antes, no dia  6, já havia participado de uma atapa da ARCA Series.

Independentemente do resultado em si, o grande diferencial de Piquet foi a maneira como enfrentou os desafios do “mundo novo” dos ovais norte-americanos. Numa prova mostrada ao vivo para o Brasil pelo canal por assinaturas Speed, conseguiu se manter no meio daquele verdadeiro “tiroteio” e em termos de aprendizado, certamente, foi uma experiência marcante. A prova foi vencida por Timothy Peters, da mesma equipe de Piquet.

O importante disso tudo é que o jovem piloto está acelerando novamente. Obviamente que carregará pelo resto da carreira o fardo do GP de Cingapura de 2008, mas nem todos conseguem recomeçar, virar uma página dramática e partir novamente do zero. E isso ele está fazendo, o que lhe confere respeito. É, antes de tudo, um exercício de humildade.

Isso pode ser exemplificado pelas declarações do condutor da picape Toyota Tundra nº 1, após a prova: “Antes de tudo eu preciso agradecer a Red Horse Racing e a Toyota. O carro estava muito bom durante toda a corrida e eles me colocaram em uma posição onde eu pude andar lado a lado com os ponteiros, o que foi ótimo para minha primeira corrida em Daytona. Eu sabia que ia ser difícil, mas não tanto quanto foi, e eu aprendi muito. A corrida da NASCAR é muito intensa, as três horas de condução exigem muito dos pilotos e equipamentos e creio que as marcas no meu carro mostram como a NASCAR é um esporte de contato! Foi uma batalha para permanecer longe de problemas, mas estou realmente feliz por ter terminado a corrida em uma posição excelente. Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para pedir desculpas a qualquer um dos pilotos se eu cometi algum erro, mas esta foi a minha primeira corrida e estou aprendendo. Havia muito tempo que eu não me divertia tanto. Mas posso esperar para a próxima corrida“, disse já de olho na próxima etapa, no dia 6 de março, em Atlanta, Giorgia.

O FUTURO

Agora, o que vai determinar, realmente, o que acontecerá com o piloto daqui para a frente é o que está em seu coração. Se ele considerar definitivamente encerrada a sua carreira na Fórmula 1, apesar de ter lutado a vida toda para isso, o que vimos nesse início de fevereiro foi o primeiro passo de uma longa carreira nos Estados Unidos.

Porém, se seu sangue estiver ainda fervilhando na mesma rotação dos motores da Fórmula 1 e se o desejo de voltar estiver presente, transformado em desafio a ser conquistado, o que estamos vendo poderá ser uma espécie de hiato, um recarregar de baterias, um isolar-se momentâneo para a batalha que virá.

Somente ele poderá traduzir suas emoções e a partir disso definir seu rumo. Se Nelson Angelo Piquet for realmente inteligente e esperto, fará sua opção unicamente tendo como meta o “ser feliz”, afinal, há uma fase na vida que cada um tem de saber escolher o que realmente importa. E ele, apesar de apenas 24 anos, já passou por muita coisa. Essa escolha tem de ser solitária, só dele. Ninguém sentiu na pele o que o filho do tricampeão sentiu e, portanto, só ele mesmo tem autoridade de decidir.