Por Américo Teixeira Jr. – São amplamente conhecidos a eficiência, dedicação, competência e profissionalismo que edificaram o Velopark, complexo de automobilismo localizado na cidade de Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul, empreendimento ousado e moderno tocado pela família Johannpeter.
São inúmeros os exemplos, desde a sua inauguração, que colocaram mais luz sobre essas qualidades em práticas do kartismo e arrancada. Mas essa marcha de excelência recebeu um golpe com a realização dos eventos da Stock Car neste final de semana. A pista não está pronta, visto que há um projeto para sua complementação. Mesmo assim, a Vicar resolveu correr lá e o CTDN da CBA homologou a pista.
O resultado foi um evento com enormes facilidades para o público, equipes e imprensa, visto que essas sempre foram algumas das grandes preocupações dos Johannpeter em tornar o Velopark um lugar agradável para competidores, profissionais e familiares, estes que para lá se deslocam em busca de lazer sadio e seguro. As arquibancadas estavam cheias e não foram poucos os elogios para a estrutura do Velopark.
Faltou, porém, a pista. Numa espécie de masoquismo, visto que o exemplo grotesco de Salvador parece não ter sido o bastante para a categoria, duas retas entremeadas de cotovelos e trechos sinuosos representaram um calvários para os pilotos e seus equipamentos. Os problemas com freios e os acidentes em grande número foram “tragédias anunciadas” já a partir dos primeiros treinos. Tardias, pois deveriam ter sido constatadas antes da homologação.
Falhou o Velopark, que achou que tinha uma pista para automobilismo e, ainda, não a tem, pelo menos para a Stock car e Copa Montana. Falhou a CBA, cujo CTDN mais uma vez homologou um circuito sem condições. Falhou a Vicar, que expôs o seu principal patrimônio, pilotos e equipes, a situações difíceis.
O depoimento de Cássio Homem de Mello, piloto da categoria de picapes, é definitivo: “A minha opinião sobre o traçado do Velopark: Muito curto, muito estreito e muito lento. Nunca tinha usado primeira marcha na minha vida que não fosse para sair do box. Lá a gente usava em duas curvas. Quando se faz uma pista que mal passa um carro na primeira curva e que se contorna a 50km/h numa volta rápida, é claro que só poderia se esperar o que aconteceu, inúmeros acidentes, muita confusão e pouca corrida, só Safety Car. Mas, aproveitando, o complexo é excelente, estrutura de primeiro mundo, impecável, de tirar o chapéu mesmo, a melhor do Brasil“.
Em razão de tudo isso, fica a certeza de que o projeto do Velopark vai seguir para, num futuro que se espera próximo, a má impressão deste final de semana seja de pronto apagada.
Várias considerações muito bem colocadas…ób
vio que não estaria perfeito,qual autódromo no Brasil começou e continua “perfeito”?
” duas retas entremeadas de cotovelos e trechos sinuosos representaram um calvários para os pilotos e seus equipamentos. Os problemas com freios…”. Bem, diante da qualidade dos equipamentos que hoje são utilizados, essas dificuldades deveriam ser relevadas por quem gosta do mais puro automobilismo, a qualidade do piloto aparece nestas situações, talvez alguns(vários) não a tenham suficientemente para sair do lugar comum (só patrocínio não faz um piloto), talvez também as equipes não estejam preparadas para estabelecer a estratégia adequada, já que é uma pista nova, desconhecida…talvez nós admiradores, tenhamos nos acostumado com a “mesmiçe” dos ultimos anos, mesmos circuitos, mesmas equipes, mesmos vencedores…sem tirar os devidos méritos…nós queremos é EMOÇÃO, MAIS EMOÇÃO e mais autódromos com a qualidade, estrutura e respeito.Isso o Velopark tem de sobra.O futuro do automobilismo no Brasil já começou por aqui! E por aí, como anda???
A pezzolo.tv vai estar lá na Porsche. vou ficar de olho nas coisas que vc postou aqui Américo!
No caso do Velopark, embora as corridas de ontem possam ter representado um passo precipitado, há uma lógica. Há um projeto que vai ampliar a pista. Talvez fosse necessário verificar em corridas, mesmo, que a estrutura DE PISTA é insuficiente.
Mas cabe ressaltar que o empreendimento dos Johannpeter foi, para dar enfim uma boa aplicação ao clichê, um marco revolucionário na história do automobilismo brasileiro. Não adianta se chorar o leite derramado sobre falta de estruturas de autódromos, como se faz acerca das praças deficitárias existentes em Caruaru, Goiânia, Viamão e cá em Cascavel. É preciso ação, e essa ação, não se iludam, jamais virá de instituições governamentais. Ou pessoas e grupos de visão, como o Gerdau, tomam as rédeas e tocam empreendimentos ousados e funcionais como o Velopark, ou os espaços do nosso automobilismo serão tomados pelas lamúrias de sempre.
O exemplo de Salvador, em que pese a opinião contrária de inúmeros colegas que lá acompanharam o evento da Stock Car em 2009, não merece comentários de gente séria. Um grande evento, com pompa, canapés e distribuição de penduricalhos, e nada de automobilismo. A categoria volta para lá neste ano. Uma piada.
Quanto ao Velopark, estou seguro de que os maus exemplos verificados nas corridas de ontem servirão como base para as soluções que os Johannpeter vão providenciar. Aquele já é, sim, o melhor espaço do país para a prática automobilística. Mudanças virão, podem apostar.
Grande matéria Amigo Américo. Tudo explicado e sem rodeios.
Abraços.