Família de Barrichello tentou recomprar o primeiro monoposto do piloto

Com este JR Reynard, em 1989, Rubens Barrichello estreava no automobilismo, após vários anos de vitórias no kartismo brasileiro e internacional (Foto MIGUEL COSTA JR.)
Com este JQ Reynard, em 1989, Rubens Barrichello estreava no automobilismo, após vários anos de vitórias no kartismo brasileiro e internacional (Foto MIGUEL COSTA JR.)

O consagrado chefe de equipe da Fórmula 3 Sul-americana, Dárcio dos Santos, exerce uma intensa atividade no automobilismo, além de já ter sido um vitorioso piloto. Às vezes, porém, todo seu currículo é resumido à condição de “tio do Rubinho”. Irmão de D. Ideli, mãe do piloto da equipe Williams de Fórmula 1, Dárcio se orgulha dessa sua ligação com Rubens Barrichello, principalmente pelo fato de ter sido ele o responsável pelas primeiras voltas do futuro ídolo no kart.

E foi justamente na condição de tio que este chefe de equipe campeão sul-americano de Fórmula 3 em 1997, com o piloto Bruno Junqueira, lançou-se numa empreitada de resgate histórico e sentimental. Ele esteve nesta semana em contato com o empresário Paulo Afonso Trevisan, criador do Museu do Automobilismo Brasileiro, com o objetivo de comprar um das peças do acervo localizado Passo Fundo (RS).

Trata-se do chassi de número 0102 fabricado pela JQ Racing, empresa de monopostos criada pelo já falecido Joel Queiros, ex-mecânico da equipe Copersucar Fittipaldi e que, sob licença da Reynard, produzia o JQ Reynard para o então campeonato brasileiro de Fórmula Ford. Foi com esse carro que Rubens Barrichello, aos 16 anos, estreou nos monopostos em 1989, após encerrar no ano anterior uma carreira no kartismo que era composta, entre outras conquistas, por cinco títulos nacionais de kart, cinco no Paulista e mais o Sul-americano da modalidade.

O grande marco daquela temporada de 1989 foi o fato de Barrichello, justamente em sua corrida de estréia no automobilismo, ter vencido uma prova histórica pelas ruas de Florianópolis (SC). E é exatamente esse carro original, ainda com as cores da Arisco e com o número 11, que Dárcio dos Santos gostaria de ter no acervo da família.

Apesar da tentativa, Trevisan lamentou o fato de não poder atender ao pedido de Dárcio dos Santos, mas explicou que todos os 92 carros de competição reunidos por ele no Museu do Automobilismo Brasileiro não são passíveis de comercialização. Como frisou, o JQ de Barrichello “é invendável”, assim como os outros.

Relembrou, ainda, que o carro foi adquirido em 1999. Ele pertencia ao piloto Jair Bana, de Curitiba (PR), que é um dos principais expoentes do endurance nacional, sempre ao lado de seu filho Duda Bana e ao volante do Protótipo Predador, de construção própria. O chassi completo estava exposto em loja de pneus de sua propriedade. Apesar disso, Trevisan colocou o modelo ao dispor da família para eventos ou algo do gênero.

Sabedor da importância do trabalho solitário e incansável de Paulo Afonso Trevisan para a história do automobilismo brasileiro, Dárcio dos Santos não apenas compreendeu os motivos que impediram a concretização de seu objetivo inicial e, principalmente, colocou-se à disposição deste historiador do esporte no que for necessário para ajudar na ampliação da memória do esporte.

4 Comments

  1. Alan Magalhães 18 de dezembro de 2009 at 14:04

    Matéria ótima Américo, como sempre. Só tem uma coisa que não bate. Essa suposta licença da Reynard. Quem acompanhou a Fórmula Ford daquela época sabe bem como esses carros foram copi… oops, construídos e como o primeiro exemplar (modelo) desembarcou no Brasil. O Automobilismo realmente é cheio de histórias bacanas e o DM resgatou mais uma, parabéns e um abração ao Dárcio, esse verdadeiro esportista.

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  2. JORJÃO 18 de dezembro de 2009 at 11:04

    ei qtos bichos destes o rubinho tiinha pois tem um aqui no ceara. inclusive o carro veio todo tintado nas corres da arrisco. sei onde o bicho tá. em tenpo eu temho um formula ford transformdo em protopito alguem ai quer comprar?

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  3. Alan Ferrazza 17 de dezembro de 2009 at 23:05

    Esse Trevisan é sensacional!

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  4. flavio perillo 17 de dezembro de 2009 at 13:15

    O aparecimento do chassi JQ Reynard, foi na época uma evolução tremenda no automobilismo nacional.
    Não só Rubens Barrichello, como muitos outros pilotos nacionais, aprenderam a pilotar os monopostos graças à chegada deste chassi.
    Antes dele, os monopostos no brasil eram construídos muito artezanalmente como os conhecidos “buguinhos” até hoje utilizados na escolinha de pilotagem de Aldo Piedade.
    Infelizmente Joel Queiroz, nos deixou trágicamente antes da época e poderia se vivo até hoje, contribuído em muito para o automobilismo nacional.

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