É ilusória a ideia de que os vencedores dos grandes prêmios do automobilismo, como a Corrida do Milhão da Stock Car, ficam ricos da noite para o dia
Por Americo Teixeira Jr.
Se você é um daqueles que está pensando que o Thiago Camilo meteu no bolso uma bolada de R$ 1 milhão e está com um belo “pé de meia”, vá com calma porque a coisa não é bem assim. Claro que ele poderá aumentar o patrimônio, realizar alguns objetivos que só algum dinheiro pode comprar ou fazer uma bela aplicação no mercado financeiro. Mas a história toda é bem diferente. Os demais vencedores, Valdeno Brito e Ricardo Maurício, sabem bem disso.
Para início de conversa, o prêmio não é todo do piloto. São recompensados os esforços do competidor, claro, mas também da equipe e de todo o pessoal de apoio. Dependendo do número de fatias que o “bolo” precisará ser partido, os percentuais são variáveis para o cara que ficou “assando” no interior do cockpit do Stock Car.
O Diário Motorsport pôde apurar que um bom número é 50% do prêmio para cada parte. Entretanto, se na divisão entrar o patrocinador master, por exemplo, o dinheiro bruto que o piloto colocará no bolso será bem menos do que o anunciado nas manchetes, entre 30% a 40% do milhão.
Mas a subtração dos ganhos não termina por aí, no âmbito do grupo técnico desportivo. No país dos impostos, a Receita Federal taxa o prêmio em dinheiro, já na fonte, em aproximadamente 25%, podendo variar para mais ou menos, dependendo da forma como o prêmio é classificado.
Assim, numa conta rápida e partindo de um pressuposto de que o vencedor da Corrida do Milhão faturou 40% do prêmio, o que sobra na conta não é mais do que R$ 300 mil. Convenhamos, um bom reforço de Natal, mas longe de tornar qualquer um milionário.

Automobilismo é esporte pra rico. É brincadeira apenas. Pena.
Que diferença faz? Afinal, algum destes pilotos da Stock já não é milhonário desde o berço?
Ilusória é a idéia de acreditar que, seja 1 milhão ou “apenas” 300 mil, este dinheiro fará qualquer diferença na vida destes privilegiados, que chegam aos autódromos dirigindo carros que valem até mais que isso – ou em alguns casos, até de helicóptero!
Na minha opinião, prêmios assim deveriam ser divididos só com os mecênicos – que ficam noites acordados trabalhando nos carros para que o playboy possa posar de Bambambam ao final da corrida (e de algo der errado, chicote no lombo!). Estes sim, que andam pelos autódromos sujos de graxa, dormem acampados ao lado dos suntuosos caminhões (ou no máximo em hoteizinhos de quinta)e viajam país afora muitas vezes entre caixas e equipamentos da equipe, escondidos dentro de caminhões – tudo isso por um salário nada compensador – merecem uma boa gratificação extra!!!
Pilotos e patrocinadores (que na maioria das vezes são a mesma pessoa) estão lá muito mais por lazer, visibilidade e notoriedade que por dinheiro (e por isso, já ganharam o que vieram buscar).
Automobilismo no Brasil (e talvez no mundo todo), com raras e honrosas categorias regionais das quais sequer ouvimos falar (e mesmo assim inacessíveis para 99% sa população)é coisa de rico. Quer dizer, coisa de muito rico…
Cacá Bueno, que perdeu a corrida (e o tal milhão), mas ganhou o penta, que o diga. Tão preocupado que estava…