Não sejamos otimistas demais. Ainda é longa a batalha de Rubens Barrichello rumo ao título da temporada de 2009, mesmo tendo vencido neste domingo o Grande Prêmio da Itália. Mas o simples fato de chegar onde chegou, apenas alguns meses depois de ser considerado por muitos como “liquidado” para a Fórmula 1, já é uma condição de tão maneira especial que justifica todo tipo de entusiasmo em relação ao seu potencial de conquista. Os números, cruéis como sempre, mostraram uma realidade complicada, mas são eles próprios que revelam toda uma gama de possibilidade de o Brasil faturar mais um título mundial. Já imaginaram Rubinho sendo campeão em Interlagos, por antecipação? Tese difícil, mas por que não?
Faltando ainda quatro provas para o término do Mundial (Clique aqui para ver o calendário completo), estão em jogo exatos 40 pontos. Após a 13ª etapa no Autodromo Nazionale Monza, somente os pilotos da Brawn GP postulam, de fato, o prêmio principal do ano, com Jenson Button liderando com 80 pontos, 14 de vantagem sobre Rubens Barrichello (Clique aqui para ver as classificações dos mundiais de Pilotos e Construtores). Matematicamente, Sebastian Vettel e Mark Webber ainda têm chances com os carros da Red Bull Racing. Kimi Häikkönen, da Ferrari, nem isso.
Mas quaisquer que sejam os resultados das provas vindouras, Barrichello já é um vencedor. Há de se admirar, sem dúvida, a capacidade de “renascimento” desse moço. Para quem teria feito sua “última” corrida na Fórmula 1 em Interlagos no ano passado, para quem estaria “acabado” para a categoria, para quem “correria” na Stock Car em 2009, para quem se “transferiria” para os Estados Unidos e, pior, para quem teria na testa uma espécie de carimbo de “derrota”, Rubens Barrichello mostrou para todo mundo que sua força interior e fé na sua capacidade sempre foram mais fortes do que boatos pejorativos e notícias mal apuradas.
Desnecessário descrever como foi o início da temporada e, principalmente, relembrar as “notícias” de demissão antecipada, estas, sim, que devem ter machucado o coração de seus familiares e amigos. Alguém se lembra que esse homem tem filhos, provavelmente interessados em tudo o que dizem do pai? Mas de tudo isso resultou um profissional amadurecido, experiente, respeitado e competitivo. Tanto que, passados quase 17 anos, desde sua estréia no Grande Prêmio da África do Sul de 1993, vê-se Barrichello no melhor momento de sua carreira, sereno e feliz. Quer coisa melhor do que isso?
Fotos Brawn GP

Muito bom o artigo “Mundo redondo…”. O Rubinho é um cara sensacional, gente da melhor qualidade e um profissional de extrema competência. Ele sofreu com a perda do Ayrton e assumiu a responsabilidade de substituir o Senna, para que os brasileiros continuassem a ter alegrias nos domingos de corrida. Foi “crucificado” por muitos ignorantes que não sabem nada de F1 e abriam a boca só para falar besteira. Apesar disso, manteve a humildade (o que acho sua mais linda virtude) e foi seguindo seu caminho. Suportou piadas de mal gosto, teve que lidar com decepções no esporte (falo aqui das sacanagens da Ferrari e daquele alemão covarde com ele) e apesar disso tudo não corrompeu seu caráter. Para mim, ele sempre foi motivo de orgulho, porque olhar para o Barrichello e ver seu exemplo me dá a sensação de que ainda é possível encontrar pessoas verdadeiramente boas no mundo. Estou torcendo muito e pedindo a Deus que ele conquiste o título mundial e que vença em Interlagos. Mas, mesmo que isso não aconteça, meu orgulho de ser fã e torcedora do Rubinho continuam intactos, porque já o considero campeão, pois Rubens Barrichello é um ser humano iluminado e muito especial. Tô contigo Rubinho. Parabéns Roberto pelo texto.
“Alguém se lembra que esse homem tem filhos, provavelmente interessados em tudo o que dizem do pai?”
Frase ridícula e desnecessária. O brasileiro é uma figura pública e, no entanto, deverá suportar o ônus como tal, e isso inclui também os seus familiares.
Aliás, a matéria toda visa colocar Barrichello como um mártir e o caminho não é bem por ai. Ele penou, é verdade, e tá sabendo dar a volta por cima, mas daí a criar uma apoteose em relação as últimas perfomances do piloto é um pouco demais. Uma coisa de cada vez.
Espero que Rubinho realmente vença esse campeonato, ele tem apresentado um desempenho fora do normal nas últimas corridas. E quando digo, fora do normal, quer dizer fora dos padrões Barrichellianos. Raramente, Rubinho emplaca uma série de bons resultados em tão pouco tempo. Relembro, que a constância não é uma qualidade do piloto. E isso é o que pesará contra Rubens, ele terá que ser excepcionalmente constante até o final da temporada, algo que ele nunca foi nesses 16 anos de carreira. Mas, torcida é torcida e espero que ele chegue lá, no lugar que sempre almejou.
Prezado Roberto
Você escreveu:
“Alguém se lembra que esse homem tem filhos, provavelmente interessados em tudo o que dizem do pai?”
Frase ridícula e desnecessária. O brasileiro é uma figura pública e, no entanto, deverá suportar o ônus como tal, e isso inclui também os seus familiares.
Aliás, a matéria toda visa colocar Barrichello como um mártir e o caminho não é bem por ai”.
Respeito sua opinião mas, verdadeiramente, não concordo com ela.
Abraço!
Américo Teixeira Jr.
Como sempre, adorei seu blog, como fã de F1, adorei ver seus comentários, não caindo pro lado sensacionalista de muitos jornalistas automotivos, parabéns!
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