24 destaques da 24 Horas de Le Mans

Por Americo Teixeira Jr. – Poderiam ser 1000 destaques, mas gostaria de registrar, aqui, e com a saudade de quem já cobriu a 24 de Le Mans em 2001 e 2002 (quem sabe em 2013?), 24 destaques dessa que é a prova de endurance mais importante do mundo e, para muitos, de todo o automobilismo mundial:

Fotos: Serviços de imprensa de LeMans Org, Audi e Pescarolo, além do blog flaviogomes.warmup.com.br

 

1 – Audi soberana

Ninguém ganha em Le Mans por acaso, muito menos tantas vezes consecutivamente. É por isso que o trabalho realizado na Alemanha e chefiado por Wolfgang Ullrich tem de servir de modelo para quem quer fazer automobilismo sério e profissional.

2 – DeltaWing

Sua presença na pista já era destaque. Mas foi marcante, tanto ou mais que a festa da Audi, o esforço do piloto japonês Satoshi Motoyama em tentar fazer o carro funcionar depois do acidente provocado por Kasuki Nakajima, da Toyota. De um simbolismo notável.

3 – Pedido de desculpas da Toyota

Honrada a atitude da direção da equipe Toyota, que se dirigiu aos boxes da DeltaWing com o piloto Kasuki Nakajima para pedir desculpas pelo acidente que alijou o carro #0 da prova.

4 – Anthony Davidson

O piloto inglês poderia ter sofrido consequências muito mais graves do que duas vértebras fraturadas no acidente provocado por total falta de atenção do piloto do Ferrari 458 Italia, Pierguiseppe Perazz1ni. Saiu no lucro o ex-piloto de Fórmula 1.

5 – Jaime Melo Jr.

Único representante brasileiro na prova, entre os pilotos, o cascavelense Jaime Melo Jr. obteve um importante 2º lugar na categoria LM GTE Pro com o modelo 458 Italia da Ferrari, pela equipe Luxury Racing.

6 – Ricardo Divila

Mais uma vez o renomado engenheiro Ricardo Divila (à direita na foto) este nesta “corrida de homens”, com ele diz. Ele que tem em seu currículo diversos carros da equipe Fittipaldi de Fórmula 1 e vitórias em Le Mans. Neste ano, integrou as equipes Pescarolo Team e DeltaWing.

7 – Chegada

Poucas coisas representam tão bem a essência do automobilismo quando a chegada em Le Mans. É uma festa geral, pois cada carro que finaliza a prova, depois do grande desafio, é motivo de comemoração por parte das equipes. Neste ano, foram 35 festas.

8 – 1-2-3 … 5

Para alguns, sinônimo de soberba; para outro, celebração. Eu fico com o segundo grupo. O que tem marcado as vitórias da Audi são todos os seus carros recebendo a bandeirada agrupados. Foi, na verdade, 1-2-3-5, mas a agrupamento prevaleceu. Lindo!

9 -E-Tron

Na mesma balada da inovação que a fez vencer em Le Mans pela primeira vez com um carro movido a diesel (2006), a Audi inscreveu dois modelos e venceu a edição de 2012 com um modelo híbrido (diesel e elétrico), o Audi R18 E-Tron Quattro.

10 – TS030

A Toyota retornou a Le Mans com dois modelos hibridos. Não concluiu a prova, mas a Toyota Racing se mostrou forte o bastante para rivalizar com a Audi Sport, num prenúncio de uma disputa mais acirrada ainda em 2013.

11 – Pescarolo

Henry Pescarolo, o histórico nome da 24 Horas, é sempre destaque em Le Mans, independentemente de resultado. É recordista absoluto de largadas em Sartre. Foram 33 participações como piloto e quatro vitórias.

12 – “Vitória” suíça

Tirando os Audi, o melhor time em Le Mans 2012 foi o suíço Rebellion Racing, cujo Lola B12/60 Toyota – e com o visual Lotus – ficou na 4ª posição com os pilotos Nicolas Prost, Neel Jani e Nick Heidfeld.

13 – Michelin X Dunlop

Dos 55 carros participantes, 31 deles enfrentaram a maratona “calçados” com os pneus Michelin, ao passo que os Dunlop, no cômputo das quatro categorias, fez parte de 24 conjuntos. Em vitórias, 3 X 1 para os franceses.

14 – USA na frente

Deu a StarWorks Motorsport na categoria B dos protótipos, a LMP2, com o modelo ARX 03b Honda. Os pilotos sob o comando de Peter Barron, cuja equipe tem sede na Flórida, foram os britânicos Ryan Dalziel e Rhomas Kimbler-Smith, além do venezuelano Vicente Potolicchio.

15 – Maioria Nissan

Embora a vitória tenha sido Honda na LMP2, o maior número de motores utilizados foi da marca Nissan, como a equipe da foto, do ex-piloto Thierry Boutsen. Dos 20 carros que largaram, 13 foram “empurrados” por este propulsor. Já a Honda, teve dois carros. Os demais, Judd e Lotus.

16 – Giancarlo Fisichella

Vitorioso na categoria LM GTE Pro, o ex-piloto de Fórmula 1 conduziu o Ferrari 458 Italia ao lado do conterrâneo Gianmaria Bruni e do finlandês Toni Vilander, todos pela AF Corse.

17 – Fórmula 1

Aliás, o que teve de ex-piloto na categoria não foi brincadeira. Além de Davidson, Heidfeld, Nakajima, Fisichella e Bruni, lá estavam Allan McNish, Alexander Wurz, Nicolas Minassian, David Brabham, Sebastien Buemi, Jean-Christophe Boullion, Karun Chandhok, Stéphane Sarrazin, Sebastien Bourdais (foto), Jean-Deni Deletraz, Bas Leinders, Martin Brundle, Stefan Johansson, Shinji Nakano, Jan Magnussen e Pedro Lamy.

18 – Ferrari 458 Italia

Os modelos italianos predominaram dentre os carros de turismo inscritos em Le Mans. Foram nove ao todo, contra sete Porsche 911 RSR, quatro Chevrolet Corvette C6 ZR1 e dois Aston Martin Vantage GTE

19 – Larbre Competition

O time francês levou a melhor na categoria LM GTE Am, esquadra pela qual os franceses Patrick Bornhauser e Julien Canal firmaram parceria com o português Pedro Lamy. O carro foi o Chevrolet Corvette  C6 ZR1.

20 – Takeshi Uchiyamada

O ato de tremular a bandeira francesa, dando início oficial à edição 2012 da 24 Horas de Le Mans, foi cumprido pelo vice-presidente da Toyota Motor Corporation. Em anos anteriores, assimo fizeram Jean Todt, Luca di Montezemolo, Ferdnand Piech, Don Panoz, Jacky Ickx, entre outros.

21 – Porsche

Em número absolutos, a Porsche tem 16 vitórias entre marcas em Le Mans, inclusive sete vezes de forma consecutiva, entre 1981 e 1987, contra 11 agora da Audi.

22 – Tom Kristensen

O dinamarques Tom Kristensen, um dos tripulantes do Audi 2º colocado este ano, mantém o seu recorde de oito vitórias (1997, 2000 a 2005, 2008).

23 – Grupo C

A largada oficial foi antecedida por uma prova com carros que marcaram época na hitória da 24 Horas de Le Mans. Essa reverência à história da corrida é sempre uma marca presente nos eventos de junho na França.

24 – O espírito de Le Mans

O jornalista Flávio Gomes cobriu in loco esta edição de Le Mans e “roubo” de seu blog um texto que resume, para mim, o que é Le Mans:

“Vejam as marcas que foram ao pódio, de um jeito ou de outro, em quatro categorias: Audi, Honda, Nissan, Ferrari, Aston Martin, Corvette e Porsche. É uma corridaça, sempre chiquérrima.

Mas todos chegam arrebentados. E não há nada de chique nos macacões encardidos, nas mãos sujas de graxa, nas lanternas quebradas, nas pinturas riscadas, nas carrocerias remendadas, nos para-brisas trincados e emporcalhados, nos adesivos descascados, nas rodas lascadas, na borracha deformada, nas manchas de óleo espalhadas pelo chão e pela alma. Todos, quando largam às 15h do sábado, embarcam na mesma aventura com um único objetivo comum: chegar ao fim, do jeito que der.

Alguém sempre haverá de vencer. Tem sido a Audi, nos últimos anos. Será durante um tempo, ou não. Não se sabe. Outros vencedores certamente virão, o mundo do automobilismo é assim. Mas esta é uma corrida que tem muitos vitoriosos: todos aqueles que terminam, que veem a bandeira da França depois de 24 horas passando por todo tipo de provação que se possa imaginar. Cada um dos 168 pilotos que se inscreveram para Le Mans neste ano terá uma história a mais para contar e para guardar na memória. Em Le Mans, a grande vitória é ir até o final, não importa como, nem onde. E a grande derrota, o grande lamento, é não ver o painel verde com números amarelos da Rolex zerados, na reta de chegada, depois de tanto esforço, sacrifício e sofrimento.

Por isso, em Le Mans, a história não é só a dos vencedores. É, também e principalmente, a dos perdedores. Porque estes voltarão. Até vencerem um dia. Até serem capazes de chegar ao final do mais longo dos dias”.

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