Como se não bastasse a performance apresentada durante todo o fim de semana, a vitória de Lewis Hamilton em Paul Ricard foi facilitada pela conduta do piloto da Ferrari
Por Américo Teixeira Junior

O que Sebastian Vettel fez ontem no Grande Prêmio da França foi um erro de avaliação. Sim, nenhum piloto está livre disso, mas poucas vezes aconteceu em dimensão tão desastrosa. Havia tanto a perder e pouco a ganhar que é difícil acreditar que tal atitude tenha partido de um tetracampeão mundial.
O resultado foi o desencadeamento de um nocivo efeito cascata: jogou fora sua própria corrida e a de Valtteri Bottas, gerou outros incidentes nos metros seguintes e perdeu a liderança do campeonato. Restou-lhe uma previsível “corrida de realinhamento” para terminar em 5º e clarificar uma das anomalias criadas no seio da Fórmula 1.
A performance do piloto da Ferrari até a bandeirada criou a ilusão de “corrida de recuperação”. Tanto que Vettel foi escolhido pelos fãs como o nome da prova. Só que essa designação superlativa é incoerentemente usada na Fórmula 1 quando estão envolvidos os seis pilotos que lutam por vitórias.
É tão brutal a diferença de performance para o resto do grid que em poucas voltas as seis posições vanguardeiras já voltam a ser ocupadas pelos pilotos da Mercedes, Ferrari e Red Bull. É até uma ofensa para quem de fato faz corrida de recuperação, lutando feito desesperado para ganhar posições. Mas é o que temos.