Ferrari celebra a memória de Gilles Villeneuve

Por Americo Teixeira Jr. – Naquele sábado, 8 de maio de 1982, a Fórmula 1 estava instalada em Zolder, na Bélgica, para a realização da quinta etapa do Mundial de Pilotos e Construtores, que até aquele momento vinha de duas vitórias de Alain Prost (Renault Turbo), uma de Niki Lauda (McLaren Ford) e outra de Didier Pironi, com Ferrari Turbo. Gilles Villeneuve, então com 32 anos e às vésperas de participar de seu 68º Grande Prêmio e 67º pela Ferrari, busca melhor performance nos treinos no circuito Zolder. Até então, Villeneuve já obtivera vitórias.

E foi em busca de uma melhor posição que Villeneuve encontrou a morte. As circunstâncias indicam que o canadense tentou frear o mais tarde possível, para evitar ter sua volta interceptada pela presença do March 821 do alemão Jochen Mass. Quando o fez, o Ferrari 126C2 #27 foi catapultado pelas rodas traseiras do carro à frente e o que se viu foi o carro vermelho “levantar vôo”, espatifar-se no chão e, com ele, o corpo de estatura pequena de Gilles Villeneuve.

A Fórmula 1 perdia um piloto singular. Extremamente ousado e possuidor de uma coragem de poucos, não fazia parte de seu dicionário a chamada direção burocrática. Era característica dele ir além dos limites, razão pela qual é enorme o seu histórico de acidentes e destruição de carros. Mas Villeneuve, que em alguns momentos até foi taxado de irresponsável, tinha o dom de fazer o torcedor vibrar. Sua maneira apaixonada de conduzir os carros da Ferrari – na base do sangue, suor e lágrimas – era encantadora para os fãs, particularmente os italianos.

Mesmo sem ter sido campeão, Gilles Villeneuve tem um lugar especial no coração dos amantes da Fórmula 1 e na Ferrari não é diferente. Hoje, exatos 30 anos daquele momento trágico, os portões da pista de Fiorano, particular da Ferrari, foram abertos para uma celebração. Não se tratou da perpetuação do luto, Nada disso. Foi para homenagear um esportista que viveu intensamente sua paixão pelo automobilismo e que se tornou inesquecível por causa disso.

Para celebrar, os dirigente da Ferrari convidaram Jacques Villeneuve, o filho campeão mundial de Gilles, cujas voltas pelo circuito, a bordo do Ferrari 312T4, que foi pilotado por seu pai em 1979, teve um simbolismo tal, que nem o mais emocionado discurso poderia proporcionar.

 

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