Exclusivo: Petrobras cogita rever ou até mesmo interromper o atual acordo com a Williams na F1

Por Americo Teixeira Jr. – Embora o assunto esteja sendo tratado internamente de maneira sigilosa e não haja ainda uma decisão tomada, o Diário Motorsport pode afirmar que a revisão – ou até mesmo a interrupção – do contrato com a equipe Williams de Fórmula 1 está na pauta de assuntos pendentes nesse início de 2015 na Petrobras. Não que a presença da petrolífera brasileira na categoria esteja ameaçada pelos atuais solavancos políticos e econômicos, mas uma questão pontual de ordem técnica teve o poder de colocar o acordo numa vasta planilha de ações que estão sujeitas a revisão.

Em que pesem as questões promocionais e apoio a pilotos brasileiros, desenvolvimento e fornecimento de produtos sempre foram os principais alicerces da Petrobras na Fórmula 1. De tão estabelecidos na cultura da empresa, foram ratificados na adoção do presente contrato. O ponto principal do atual projeto é a gasolina Grid, que ao ser usada pelo Williams Mercedes proporcionaria uma fantástica plataforma de marketing, algo como: a gasolina que você põe no seu carro é a mesma que Felipe Massa usa no carro de Fórmula 1 dele.

O problema é que as áreas técnicas da Petrobras ainda não conseguiram produzir gasolina e lubrificante no mesmo nível do fornecido pela malaia Petronas. Os produtos da parceira da Mercedes continuam garantindo melhor desempenho dos motores campeões mundiais. Dessa forma, não há como a Petrobras fornecer a gasolina Grid para a Williams em 2015, o que inviabiliza toda o programa de comunicação.

Em 2014, a participação técnica esteve restrita ao fornecimento de óleo de câmbio a partir de meados da temporada, o que internamente é considerado muito pouco. A conta que se faz atualmente é simples. Como o mote principal não poderá ser usado em 2015, já serão dois anos de contrato sem o aproveitamento técnico esperado. E como o momento é de revisão na Petrobras, a interrupção do acordo representaria economia. Já no que tange a exposição da marca no carro, relativa a um contrato comercial e não técnico, não foi possível saber se também será analisada.

 

Adendo (11 de janeiro de 2015, 12h40) – A notícia sobre a Petrobras publicada no DM é pontual e técnica, mas há quem esteja fazendo uso político e “culpando o PT”. Tudo, ultimamente, é “culpa do PT”. Aliás, o fato de estar calor talvez seja culpa do PT. É culpa do PT também o fato de a Petrobras ter conquistado o posto de maior produtora mundial de petróleo, dentre as empresas de capital aberto? Acho que é necessária e salutar a oposição, mas pintar a Petrobras como empresa quebrada é erro histórico. 

 
Felipe Massa e o Williams Mercedes a temporada 2014 Foto LAT/Williams)
Felipe Massa e o Williams Mercedes a temporada 2014 Foto LAT/Williams)

16 Comments

  1. Leonardo 30 de janeiro de 2015 at 10:16

    Prezados,

    Na minha humilde visão não só o PT como todos os outros governos que sempre roubaram os cofres das grandes empresas públicas assim como das cidades e estados… O povo deve estar unido contra a corrupção independente de partido político, roubo e safadeza são prejudiciais sejam feitos por qualquer partido político!

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  2. Alan Magalhães 12 de janeiro de 2015 at 13:25

    Ridículo um tema dessa importância ter se transformado numa troca de alegações/acusações políticas. Impressionante como o Brasil perdeu eleitores e ganhou torcedores. Américo também perdeu a oportunidade de não alimentar essa idiotice com seu adendo, mas, paixões à parte… Agora, infelizmente temos que admitir. Uma empresa que vale 1/3 do que valia há pouco tempo e que vale menos do que o montante de sua dívida, está sim tecnicamente quebrada. Claro que não vai fechar as portas e mandar todo mundo embora, pois tem o guarda-chuva governamental para lhe socorrer.

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  3. Edu 12 de janeiro de 2015 at 8:37

    Tirar Petróleo do fundo do mar (diga-se passagem, a valores não lucrativos – até 31 de Dezembro de 2014 o saldo era negativo) é bem diferente de aperfeiçoar produtos. São técnicas absolutamente diversas!!! Uma, digamos, mais mecânica e outra mais química.

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  4. Edu 12 de janeiro de 2015 at 8:34

    Se o PT está arruinando a Petrobras é claro que é culpa dele, ou será sua ou minha ???
    Não sou cego e nem surdo, e tão pouco burro pra acreditar que o PT não tem culpa no declínio da Petrobras (é justamente o que tem aparecido na mídia). É claro que pelo momento que a empresa passa todos associarão as coisas, pois se o PT indicava todos os chefes na administração e afastava os bons, pq não o faria na parte técnica? É possível e fica, no mínimo, a dúvida e para muitos uma presunção até coerente com tudo o que sabemos que eles andaram fazendo.
    Agora, se vc é petista, isso é um direito seu, mas não fica bem um jornalista censurar os comentários que não possuem xingamentos, como foi o caso do meu comentário anterior que não foi publicado.

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    1. Americo Teixeira Jr. 12 de janeiro de 2015 at 8:53

      Todos os comentarios foram publicados, nao tendo havido o veto alegado.

      Abraco

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  5. Bino 11 de janeiro de 2015 at 22:35

    Chora, tucanada!!! Vão ficar mais 4 anos chorando, até nos sites de automobilismo. Deviam ir chorar é na Cantareira, para abastecer nossos mananciais…

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  6. Geraldo 11 de janeiro de 2015 at 21:30

    Américo: Não seria possível trocar o logo da Petrobras por uma de suas subsidiárias, como a Braspetro ou Ipiranga ou Braskem e continuar garantindo o combustível Petronas por mais pelo menos um ano? Seria mesmo de se esperar que o combustivel da estatal brasileira estivesse aquém da petrolífera malaia, pela especificidade dos novos motores e pela ausencia nos últimos mundiais. Mas considero importante que continuem as pesquisas para se chegar a uma gasolina à altura das melhores do mundo.

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  7. Alexandre Soucha 11 de janeiro de 2015 at 20:58

    incomPTencia total, além da robalheira é claro!!

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  8. Leonardo Vargas 11 de janeiro de 2015 at 19:57

    Porque não utilizam a Podium? Ela é melhor que a Grid no meu ponto de vista, a Podium se saiu melhor que a Grid no meu carro!

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  9. Fernando Roma 11 de janeiro de 2015 at 15:58

    O Américo é ótimo jornalista de automobilismo mas o seu petismo prejudicou seu texto. Desnecessário, raso e equivocado o complemento político de sua matéria.

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  10. fernando 11 de janeiro de 2015 at 14:39

    Depois de perder a eleição que privatizaria toda a Petrobras (ou melhor dito, todo o Pré-sal), falir a empresa é a alternativa que restou: “Se não conseguimos ficar com tudo, que ninguém consiga”. Estranhar se até os contratos com a F1 são dinamitados? Café pequeno! Gás e petróleo são só os maiores promotores das dívidas do mundo. (~ 2/3 dos 7 bi de humanos vivem em áreas com temperaturas negativas pelo menos 4 meses do ano. E todo o mundo, sem exceção, trafega a petróleo) Poder de mandar no mundo, esse é o jogo!

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  11. Gustavo 11 de janeiro de 2015 at 11:32

    Isto tem um nome, falta de planejamento ou para os mais radicais “incompetência”. Que vexame caso venha a se concretizar…

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  12. Pingback: Petrobras cogita "rever ou até mesmo interromper" acordo com Williams na F1, revela jornalista brasileiro - TabeladeCarros.net

  13. Edu 11 de janeiro de 2015 at 8:45

    Isso é MUITO vergonhoso!!!
    Além de estar internamente destruída em termos administrativos, a área técnica de produtos também está virando piada!
    Na sua última passagem pela F1 a gasolina da Petrobras era a melhor da F1, agora eles não conseguem se igualar com a Petronas!
    Eu sei que nas bombas que usamos hoje a aditivada da Shell dá um banho na Grid, mas pensei que para a F1 eles conseguiriam fazer uma Podium 2 de alta performance.
    Pergunto: O que restou de bom na companhia? Será que o departamento técnico também foi destruído com ocupações políticas de indicados do PT/PMDB ???
    É incrível como estão conseguindo implodir uma empresa que já foi super respeitada. Mas pior do que o câncer que é o PT pra Petrobrás é a humilhação de ter a sua imagem completamente destruída em todos os aspectos possíveis. A perda da credibilidade afeta diretamente a capacidade da empresa de voltar a crescer e de recuperar a sua imagem.
    Eu desconfio fortemente do pré sal, se ele dá lucro. Acho que não, que é jogada de marketing ou nova forma de gerar desvios. O fato de outras empresas não o explorarem no mundo afora está ligado diretamente ao fato de ser ou não lucrativo, não é meramente uma questão técnica.
    Espero, sinceramente, que a Petrobras consiga virar o jogo, mas cada vez mais vejo a luz mais fraca no fim desse túnel. Lamentável!

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  14. Ricardo Jimenez 11 de janeiro de 2015 at 1:47

    Nada mais natural um contrato conseguido por deputado na pura politicagem e contra a decisão da diretoria da Petrobras não tinha como durar.

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  15. Rodrigo Ferreira 10 de janeiro de 2015 at 22:57

    Gasolina do PT.

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