Por Americo Teixeira Jr. – O cara tem fama mundial, sofreu um grave acidente e existe uma expectativa enorme por informações sobre o seu estado de saúde. Junta-se a isso um hospital que não emite boletins e uma assessoria de imprensa que não consegue dizer nem quando será o próximo informe. Esses são os ingredientes para o desastre em que se transformou a comunicação sobre o acidente de Michael Schumacher.
É muito fácil dizer para os jornalistas, defronte ao hospital em Genoble, que só haverá novos comunicados se houver alteração no caso clínico do ídolo mundial. É óbvio que essa é a senha para que cada um apure por seus próprios meios, afinal, jornalismo significa correr atrás da informação.
Quanto maior a omissão de informação, maior a chance de boatos se espalharem. Bastaria um encontro oficial diário, bastaria administrar a crise com transparência. Não, criaram um bloco de concreto diante do caso e condenam tudo o que não é via oficial.
Jornalismo se faz com apuração, pesquisa, responsabilidade e inteligência. O fato de um desequilibrado resolver se vestir de padre não é motivo para o staff de Schumacher considerar que toda aquela gente de imprensa na porta do hospital está ali para aprontar alguma coisa.
Idiota tem em qualquer lugar, inclusive na imprensa. Mas é só separar os responsáveis dos irresponsáveis que a coisa segue seu curso com a melhor qualidade e maior tranquilidade. Respeitar o momento delicado, sim; condenar os irresponsáveis, sim; afastar a imprensa da notícia, não, nunca, jamais.