Por Americo Teixeira Jr. – É falsa a ideia de unidade gerada no último dia 18 de janeiro na Confederação Brasileira de Automobilismo, ocasião em que o presidente Cleyton Pinteiro foi reeleito por “aclamação” para o quatriênio 2013-2017, por 19 das 20 federações. Embora a única voz publicamente destoante tenha sido a de Napoleão Ribeiro, o presidente da Federação de Automobilismo do Distrito Federal (FADF), no reservado as opiniões ampliam as divisões existentes.
Tentando evitar um confronto considerado “desnecessário e fora de hora“, visto não ter havido nenhuma chapa de oposição, alguns presidentes preferiam não se expor, o que no entender deles não significa adesão a Cleyton Pinteiro. Alguns lançaram mão do chamado “recuo estratégico”. Outros não exercem qualquer liderança significativa e, portanto, seguem a corrente. Há quem também “jogou a toalha”, capitulando diante do forte apoio de Pinteiro vindo principalmente na região Nordeste. “Iríamos perder mesmo!“, teriam dito.
O presidente reeleito, entretanto, não vê as coisas dessa maneira, tendo creditado o seu novo mandato justamente a essa união. “Essa é uma vitória de todas as federações que se dedicaram esses quatro anos ao automobilismo de seus estados, principalmente nas categorias de base, que tiveram um acréscimo significativo de participantes. Eu agradeço a confiança de todos os presidentes de federações e me comprometo a ter uma dedicação ainda maior nesses próximos quatro anos“, disse ele por intermédio de comunicado oficial.
Um dos primeiros membros da primeira diretoria de Pinteiro a entrar em atrito com o presidente, o vice-presidente Dione Rodrigues, tentou articular uma chapa de oposição, sem sucesso. Apenas a diretoria da Federação de Automobilismo de São Paulo se mostrou disposta a apoiar, o que não aconteceu com outras. Segundo Dione, mesmo havendo algumas delas favoráveis a uma chapa de oposição, eximiram-se do apoio por “compromissos com a atual gestão“, revelou o dirigente.
FADF se considera independente
A oposição da FADF foi manifestada de duas formas. A primeira delas foi a ausência na Assembléia Eletiva. A outra foi na condição de único dirigente estadual a responder um questionário do Diário Motorsport, cujo objetivo era conhecer as opiniões dessas autoridades sobre o primeiro mandato.
Segundo Napoleão, “não voto em nomes, mas em propostas“. Esclareceu que, na eleição anterior, “pudemos discutir durante mais de seis meses um programa que deveria ser implantado na gestão do Sr. Cleyton“. Lamentou, porém, a não implantação do referido plano e a adoção, pelo presidente, de “outro rumo sem nenhum planejamento prévio“.
O dirigente destacou que para o segundo pleito não houve a apresentação de um programa e “além disso, (Pinteiro) não teve a consideração de informar quais os nomes que comporiam a sua chapa“.
Por considerar que a eleição foi conduzida “sem a observação explícita de regras estabelecidas“, Napoleão Ribeiro entendeu que não deveria estar presente para evitar “me ver sendo ‘agredido’ com argumento recorrente de que, em favor da unidade da Confederação devesse votar na chapa única“.
Por sua atitude, o presidente da FADF se considera “independente da obrigação de apoiar qualquer ação, da nova gestão, quando não estiver de acordo com as mesmas“.
Veja abaixo a íntegra da manifestação de Napoleão Ribeiro ao Diário Motorsport:
Prezado Américo,
Em resposta ao questionário remetido por você, tenho a esclarecer o seguinte:
Como é do seu conhecimento, não compareci à assembleia que reelegeu o Sr. Cleyton PInteiro para a presidência da CBA.
Não o fiz pelos seguintes motivos:
- · Não voto em nomes, mas em propostas. Na eleição anterior, pudemos discutir durante mais de 6 meses um programa que deveria ser implantado na gestão do Sr. Cleyton.
- · O referido programa não foi implantado e o presidente seguiu outro rumo sem nenhum planejamento prévio.
- · Para a sua reeleição, o Sr. Cleyton, como candidato, não apresentou nenhum programa e, além disso, não teve a consideração de informar quais os nomes que comporiam a sua chapa.
- · Assim sendo, eu, como presidente de Federação, me reservo ao direito de não participar sem de uma eleição sem a observação explícita de regras estabelecidas.
- · Jamais votaria em quem eu não conheço e, a simples apresentação dos nomes na véspera da eleição não me convenceria em votar nessas pessoas, uma vez que não conhecia e continuo não conhecendo o que pretendem fazer na administração da CBA.
- · Diante desse cenário, entendi que não deveria ir ao Rio de Janeiro, efetuando mais uma despesa para me ver sendo “agredido” com argumentos recorrente de que, em favor da unidade da Confederação devesse votar na chapa única.
- · De acordo com meus princípios tomei a medida mais sensata que me permite ficar independente da obrigação de apoiar qualquer ação, da nova gestão, quando não estiver de acordo com as mesmas.
Quem deve fazer análise do mandato do Presidente da CBA, são as pessoas que vivem e atuam diretamente no automobilismo (pilotos, chefes de equipes, promotores, clubes, aficionados, etc.). O voto dos presidentes das Federações deve apenas espelhar a manifestação dessas pessoas, uma vez que ele nada mais é do que o representante dos mesmos, dentro da hierarquia federativa.
Em tempo:
Tendo em vista a acusação que chegou a mim de que um dos presidentes presentes à assembleia acusou que o documento assinado pelos vice-presidentes Dione e Neto, teria sido instigado por mim, gostaria de prestar um esclarecimento:
Os vice presidentes acima citados me procuraram no mês passado, apresentando o documento e perguntando a minha opinião. Informei que, embora legítimo, estava, a meu ver, fora do momento, uma vez que eles tiveram toda a administração para fazer essas e outras reivindicações. Como não o fizeram, entendi que esse não seria o momento adequado.
Há aproximadamente uma semana, o Sr. Antônio Neto informou que entraria com a notificação, elencando os motivos que o levaram a tomar a decisão.
Tanto o Sr. Neto como o Sr. Dione podem confirmar as minhas colocações.
Por outro lado, o referido presidente imputando a responsabilidade dessas atitudes à minha pessoa, não está apenas sendo “leviano”, mas está desrespeitando a inteligência a liberdade de discordância do Sr. Neto e do Sr. Dione, transformando-os em “fantoches” da minha pessoa. Espero que o referido presidente faça uma reflexão sobre o que falou e sobre suas futuras manifestações.
Um abraço do amigo
Napoleão
Se a eleição fosse decidida por pilotos e chefes de equipe, seria mais fácil organizar uma oposição, infelizmente os estatutos são feitos para perpetuar os dirigentes no poder, é mais fácil controlar os votos das federações que os votos de pilotos.
Tá aí a confusão começando a se formar…
Se bem que agora só daqui a quatro anos é que o panorama pode mudar. Isso se ainda houver automobilismo como conhecemos….
E outra coisa muito pior do que essa chapa única do Pinteiro é a posição da FASP… Não fode não deixa ninguem foder e não sai de cima…
É aquela estória de ficar em cima do muro… Pra uma federação como a de SP.é no mínimo inadeguada essa posição… É o mesmo que um gigante estar com receio de enfrentar uma formiguinha…..Esse povo que dirige a FASP que já vai pruns bons pares de quinquenios estão simplesmente aniquilando a capacidade de atuação da federação Paulista.. Simplesmente por ou corvardia ou comodismo.. Duas coisas reprováveis em qualquer agremeação, quanto mais na FASP….
Seria de ótimo alento se o Governo Federal através do Ministério dos Esportes e do Ministério da Justiçã acabassem de vez com essas agremeações falidas e que tem por modus operandi coisas típicas da época da nossa extinta e arcaica ditadura politica….hega já de muitos “”bolsos” sem nome pra serem alimentados… Democracia é uma palavra importante demais pra ser protelada completamente dentro do território nascional….Acredito que os casos das Faus e CBA são os últimos remacentes dessa triste época Brasileira.. Portanto é imperioso a sua transformação urgentemente….