sexta-feira, março 29, 2024

Debate deixa claro que a CBA precisará evoluir muito e rapidamente

Share

(Esq/dir) Waldner Bernardo, Milton Sperafico e Livio Oricchio no debate em São Paulo (Fotos Américo Teixeira Junior)

Por Américo Teixeira Junior – O grande mérito da atual campanha para a presidência da CBA, cuja eleição ocorrerá no próximo dia 20 de janeiro, é a discussão ter saído dos gabinetes e se multiplicado nas praças esportivas. Embora o colégio eleitoral seja formado por 19 pessoas, as atenções dos candidatos Waldner Bernardo (Situação) e Milton Sperafico (Oposição) ultrapassaram – em muito! – esse universo e passaram a falar aos milhares de automobilistas espalhados pelo país.

Para que isso fosse possível, foi fundamental a ação objetiva da imprensa especializada e, nesse contexto, mais um passo importante foi dado na terça, 20, quando o jornalista Livio Oricchio reuniu para um debate inédito, em São Paulo, diversos membros da comunidade automobilística e os dois candidatos. Bernardo e Sperafico puderam responder perguntas e se posicionar sobre questões formuladas por pilotos, chefes de equipe, promotores, dirigentes, autoridades técnico-desportivas, empresários, jornalistas e demais militantes do automobilismo brasileiro.

O espaço cedido pelo piloto Tuka Rocha, nas dependências do Speedland Kart Center, abrigou nomes como Lucas di Grassi, Carlos Col, Paulo Scaglione, Toninho de Souza, Eduardo Homem de Mello, Sergio Louzão, Augusto Cesário, Luciano Burti, Danilo Dirani, Dennis Dirani, Pedro Pavan, Felipe Giaffone, Maurício Ferreira, Roberto Zullino, Dr. Dino Altmann, Washington Bezerra, José Donatelli, José Cardoso Bastos, Flávio Pinheiro, Glauco Galdi, entre outros, além do próprio Tuka, o mediador Livio Oricchio e os respectivos staffs dos candidatos.

Foram mais de três horas de muita discussão sobre o futuro do automobilismo e os anseios dos profissionais da área. Cada um dos pretendentes ao posto hoje ocupado por Cleyton Pinteiro pôde ouvir o que de fato é caro para essa comunidade e alguns compromissos foram de imediato assumidos. Quase tudo isso foi mostrado ao vivo pelo site globoesporte.com e o resultado está AQUI.

Gestão profissional urgente

Foi verbalizada por diversas vezes a necessidade da implantação na CBA de uma gestão profissional e moderna. Algo capaz de derrubar um conceito repetido à exaustão: “Profissionais dirigidos por amadores”. Exige-se da entidade muito mais do que uma função passiva técnico-desportiva, mas uma representatividade que ultrapasse os muros das pistas e atinja os altos escalões governamentais e os gabinetes dos principais empresários do país. O processo tem de começar na recuperação da credibilidade e estabelecimento de planos estratégicos criados e conduzidos por profissionais.

Diversas foram as cobranças pela necessidade de gente profissional nas áreas mais sensíveis e que eventuais retribuições por apoio em campanha não se traduzam em gente em cargo sem a devida capacitação. A começar do próprio presidente, que ao exercer uma função política e de representação, pode não ser exatamente um especialista em administração. A figura de um executivo para a condução da entidade em sua rotina diária foi um dos aspectos mais relevantes levantados.

A qualidade do debate permitiu que fossem abordados, também, outros temas relevantes, tais como: transparência nas prestações de contas, reconstrução da representatividade, fomento efetivo e não apenas retórico do esporte, critérios de segurança para liberação de autódromos, interação com os grupos organizados de pilotos e chefes de equipes, fiscalização e cobrança junto a federações “mortas”, produção de projetos efetivos em prol das modalidades de base, reestudo do conceito categoria-escola de monopostos  e muito mais.

De tudo isso ficou uma tendência e uma certeza. Inteligentes que são e sabedores de que, de fato, não representam apenas os 19 votantes, mas sim os milhares de envolvidos com o esporte, a tendência é que os candidatos incorporem em suas ações os pleitos apresentados. A certeza é que, rompida a barreira, o próximo presidente da CBA, qualquer que seja ele, será cobrado como nenhum outro talvez tenha sido e não terá a chamada “lua de mel”. Não há tempo para isso.

Read more

Local News