
Por Americo Teixeira Jr. – Fotos fornecidas por McLaren Media Centre – Fernando Alonso tem diante de si o maior desafio de sua carreira. Aos 33 anos, 32 vitórias na Fórmula 1 e os título de 2005 e 2006 pela Renault, poderia até já ter parado e estar vivendo das glórias conquistadas. Poderia, mas preferiu o “campo de batalha”. Afeito a experiência com alto grau de risco, esse espanhol nascido em Oviedo no dia 29 de julho de 1981 viveu uma experiência amarga em 2007 na McLaren, a mesma equipe que defende a partir deste ano, depois de cinco temporadas na Ferrari, onde acumulou os vices de 2010, 2012 e 2013.
A assinatura do contrato do piloto com a McLaren, por intermédio da Honda, foi um dos pontos que mais movimentou a Fórmula 1 nos últimos tempos. Embora tenha se tentando fazer dessa transferência um segredo bem guardado, este Diário Motorsport teve a oportunidade de revelá-la com antedecência de dois meses. Na teoria estava tudo perfeito. McLaren e Honda reeditariam a vitoriosa parceria dos tempos de Ayrton Senna e teriam dois campeões mundiais para fazer a coisa acontecer. Só que até esse momento, vésperas da terceira etapa do Mundial de 2015, a nova formação tem ares de pesadelo.
Fosse outro, aquele garoto que estreou na Fórmula 1 em 2001 pela Minardi estaria hoje socando a cabeça na parede ao ver a sua antiga equipe vencendo corrida com o recém-contratado Sebastian Vettel e seu novo carro, o McLaren Honda, com problemas de tal ordem que fazem dele e de seu teammate, o inglês Jenson Button, meros coadjuvantes de uma história que parece ser destinada a ser escrita novamente pelos carros da Mercedes.
Mas Fernando Alonso não pode se dar ao luxo de desistir. Não tem mais tempo para ficar pulando de galho em galho e, principalmente, carrega consigo a responsabilidade de ser o melhor piloto do grid (concordando os discordando, a sessão de comentários está escancarada aos Leitores para essa discussão). Quem alcança tamanha estatura deixa de ser um simples piloto para se tornar um símbolo, uma referência, um Norte. É por essas e outras que Fernando Alonso enfrenta o seu maior desafio. Se sairá vitorioso, realmente, nessa altura do campeonato é o que menos importa. O que entrará para a história é a sua maneira de enfrentá-lo.

Caramba… @Americo, eu estava pensando no que dizer a respeito dessa ótima matéria, mas… o caro colega internauta acima, @Marcio, disse tudo que eu talvez pensasse em querer dizer.
@Marcio, parabéns cara, concordo plenamente com teu post, sendo assim não tenho mais nada para falar.
Destreza na pilotagem de um carro, algo que Fernando Alonso reconhecidamente tem, não engloba todos os atributos de um campeão.
Caráter, ética e moral, o que lhe faltou em algumas ocasiões nas pistas e na convivência dentro da F-1, também fazem parte desses atributos.
Se ele enfrenta percalços e turbulência na carreira hoje, esse é o fruto do caminho que ele escolheu trilhar e pode já encerrar em si o árduo caminho da redenção. Se quiser estar entre os grandes, desistir agora realmente não é uma opção para ele.