Por Américo Teixeira Junior – Dentre as incoerências que fazem da Fórmula 1 algo incompreensível às vezes, o quesito testes é um dos mais gritantes no sentido de caminhar na contramão de tudo o que a categoria prega. Se ao mesmo tempo se vangloria de ser a mais tecnológia e avançada manifestação do automobilismo, iguala-se às menores ao simplesmente proibir testes.
Essa medida, além de impedir o desenvolvimento, não necessariamente atinge a economia pretendida, pois muitos dos recursos vão para atividades em túnel de vento e laboratórios de última geração. Seria leviano dizer que, na ponta do lápis, a economia não acontece, mas é possível mensurar o quão negativa é, para o espetáculo, essa falta de desenvolvimento.
Nem 8, nem 80
Nesse sentido, a IndyCar encontrou um caminho. Sensível também às questões de custos, os executovos da categoria norte-americana encontraram um equilíbrio entre a necessidade de treinos e as limitações orçamentárias.
O regulamento reserva para a entidade promotora um total de quatro dias de testes oficiais. Fora esse período, cada equipe tem 14 dias para testar ao longo do ano, divididos entre privados, de motores e de pneus. Há, ainda, os destinados para os novatos em super speedway, que também não fazem parte dessa programação de 14 dias.
Essa prática, em sendo levada para a Fórmula 1, permitiria algum avanço no desenvolvimento dos motores, que sabidamente necessitam de horas de pista para melhorar o equilíbrio na categoria, isso sem falar dos pneus, o que daria ao fabricante uma gama muito maior de informações.