sexta-feira, março 29, 2024

Dr. Daniel de Moraes está fora de perigo, mas cumprirá um mês de repouso para concluir tratamento cardíaco

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O médico traumatologista tem atuação destacada no automobilismo brasileiro e internacional, mas é em obras sociais na Selva Amazônica que seu trabalho atinge uma dimensão ainda maior

Por Américo Teixeira Junior – Fotos Arquivo Pessoal Dr. Daniel de Moraes by Facebook

Esse paranaense de 60 anos é muito mais do que simplesmente o “médico da Fórmula Truck”

Acostumado a salvar vidas, dessa vez quem foi parar no hospital foi o Dr. Daniel Gabriel de Moraes, o médico da Fórmula Truck. Depois de um susto, está fora de perigo, mas precisará de pelo menos 30 dias de repouso. Seria uma tarefa quase impossível para uma pessoa elétrica como ele, não fosse estar sendo cuidado diretamente pelo Dr. Daniel Wurzler, seu filho, que está fazendo as vezes de “médico durão”.

Meu pai é teimoso, muuuuito teimoso, como você deve saber. Ele chegou de viagem e não estava muito bem, estava levando como uma gripe. Quando resolveu me avisar, corri com ele para o hospital e vimos que era Miocardite Viral“, disse o Dr. Wurzler, referindo-se a uma infeção no coração. “Tive de esquecer o lado de filho e tratá-lo como paciente, porque o ‘bicho’ é teimoso“, brincou.

Esses cuidados todos têm razão de ser, pois Dr. Daniel tem justamente esse perfil de entregar-se à tarefa de cuidas das pessoas, mesmo sob riscos pessoais. Dono de um senso de responsabilidade acima da média e de um coração gigante, cuida dos outros, mas não se cuida. Para ele, de fato, não há “tempo ruim”.

Independentemente de seu próprio estado de saúde, embrenha-se na Selva Amazônica para cuidar das populações carentes com a mesma disposição com a qual enfia-se debaixo de um caminhão retorcido para salvar um piloto. Os perigos da vida selvagem ou de um caminhão prestes a explodir por causa de um vazamento de combustível não são impedimentos para esse paranaense de 60 anos.

Dr. Daniel é aquele carequinha lá embaixo, no caminhão acidentado do piloto David Muffato, em prova da Fórmula Truck

“Anjo Gabriel”

Muitos foram os acidentes graves que não se transformaram em tragédia por força da intervenção imediata do Dr. Daniel, muitas vezes sendo transmitidas ao vivo para todo o Brasil. Mas é longe das câmeras que seu trabalho atinge um vulto que estatística alguma é capaz de medir. Ao se deslocar de barco/canoa/avião/lombo de burro/a pé pela região do Rio Amazonas, indo de encontro a populações isoladas e carentes, a essência do “ser médico” atinge sua plenitude. São anos e anos indo, como disse Milton, “aonde o povo está”.

Mas esse médico não se resume a curar e salvar corpos, é também um doutor de almas. Sim, porque seu sorriso e suas palavras também debelam males, alguns deles indetectáveis por mais modernos que sejam os equipamentos medidores, mas facilmente visível para quem, como Dr. Daniel, tem a capacidade de ver e sentir também o imaterial.

Apesar de ter essa dimensão humana quase sem paralelo, o discreto médico não faz propaganda de si mesmo. Não precisa, pois são tantos os depoimentos de quem esteve sob seus cuidados que sua fama ultrapassa fronteiras, tanto que atua no Brasil, algumas regiões da América do Sul e nos Estados Unidos. Não era apenas por admiração pessoal, mas igualmente por reconhecimento profissional que o saudoso jornalista Cecílio Favoretto se referia a ele com “Anjo Gabriel”.

Quanto a mim, sim, seu paciente e fã. Fique bom logo, Dr. Daniel!

 

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